Capítulo 32

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Ao virar aquela foto, era Jason e uma garota, linda por sinal. Com cabelos ondulados e de bochechas cor de rosa, eles estão abraçados e parecem felizes, Jason parece feliz, ela também carrega um sorriso cintilante e eles estão... Aqui ao anoitecer.
— Q-quem é ela?
— Melissa, a garota mais incrível do mundo.
— Ela é sua...
— É, minha namorada. — O que? Jason namora!?
— Ela é linda. — Ela realmente é linda. — O-onde ela está?
— Debaixo da terra. — Jay falou de forma que fez parecer que aquilo era apenas uma piada, eu ri.
— Eu estou falando sério, palhaço.
— Talvez no céu. — Jason olhou para cima. — Com certeza no céu, ela era boa de mais.
Jason está me zoando, o que está acontecendo aqui? Ele só pode estar de brincadeira comigo. Mas não, só fui me dar conta de que tudo aquilo era real quando seu sorriso perdeu força e Jason apertou a mão no ferro que impedia que nos jogassemos estrada a baixo. Eu realmente comecei a desejar que estivesse errada e tudo não passasse de uma piada sem graça.
— E-eu sinto muito. — Tentei colocar minha mão sobre a sua, mas ele tirou-se.
— A culpa é minha... — Sentia tanta angústia e dor em sua voz. — Eu a matei...
"O QUE!?"
— O que houve? O que você fez?
— Estávamos discutindo... Eu perdi o controle... — Jason falava como se cada palavra matasse por dentro. — O caminhão, o caminhão surgiu do nada e batemos de frente na contramão.
Agora parecia que tudo fazia sentido, cada palavra do Evans no dia da festa, a culpa que ele sentia, seu pai, mas ainda não entendendo muita coisa.
— Não, a culpa não é sua. Foi um acidente.
— Um acidente? Um acidente onde joguei o carro na frente daquele maldito caminhão matando minha namorada!? — Jason começou a alterar a voz me assustando. — Que merda! Eu não aguento mais isso!
Senti meu rosto queimar e o choro estivesse vindo e a lagrima fosse escorrer a qualquer instante, era como se eu sentisse a dor de Jay.
Jay colocou sua mão sobre sua cabeça, ele ia surtar se continuasse carregando aquela culpa, e eu não sei o que fazer. Em seguida ele virou-se de costas e acendeu mais um cigarro, e em seguida começou a rir.
— Isso é tão, tão engraçado.
— O que?
— Eu desabafando com uma garota do ensino médio, que sofre por moleques que só querem curtir o momento.
Juro que queria esfregar na cara do Jason que ele estava muito enganado sobre mim, sobre Henry e nossa relação. Mas não conseguia, então simplesmente ignorei seu comentário.
— E seu pai? Por que isso? Tudo isso de esconder sua existência?
— Vim te contar sobre Melissa, não esse merda!
— Ok, desculpas.
— Você me lembra ela, o modo como coloca os problemas dos outros a frente do seu.
— Eu não coloco, apenas não tenho problema.
— Jura? Nem mesmo a morte do seu pai? Ou a caída ao lago sem motivo algum e depois agir como se quase morrer fosse a coisa mais comum do mundo.
— Aquilo foi sem querer. A morte do meu pai está fora de cogitação nessa conversa.
— Foi sem querer, mas agir como se nada tivesse acontecido. Alguma coisa tem.
— Eu sabia que alguém me salvaria.
— Sabia mesmo? Ou está escondendo sua falta de vontade de viver?
— Do que você está falando? Por que está fazendo isso comigo? O que foi que eu te fiz?
Comecei a falar atropelando as palavras, com aquele nó enorme na garganta. Não consigo entender por que Jay está fazendo isso comigo, por que ele quer tanto acabar comigo? Como ele pode tentar entrar tanto na minha cabeça me fazendo questionar coisas que nem eu mesma me questionei. O que ele está ganhando me fazendo fraca e inútil, me fazendo chorar em sua frente!
— Por que está fazendo isso comigo? — Coloquei a mão sobre meu rosto enquanto sentia as lágrimas rolando e a falta do meu pai vindo atona.
Jason me puxou para perto me abraçando, em seguida acariciando meu cabelo com as pontas do dedo enquanto usava a outra mão para me envolver em seu abraço.
— M-me desculpa... Não queria machuca-la.
Jason falou e junto com a sua atitude, senti o quão arrependido ele estava em soltar aquelas palavras sem pensar nenhum segundo em como eu me sentiria.
— Não quero machuca-la, e é por isso que preciso que fique longe de mim.
— Por que? Por que está fazendo isso comigo?
— É para o seu próprio bem, mas não sabia que a faria chorar. Não na minha frente...
Jason me soltou, mas não consegui olha-lo.
— Me desculpa por isso Ayala...
Ouvi os passos de Jason se afastar e quando tomei coragem para levantar o rosto o vi entrando no carro, me olhando confuso e novamente sussurrando "me desculpa" antes de entrar naquele carro corri para tentar para-lo mas ele deu a partida me deixando ali, sozinha e desesperada no meio do nada.
— Jason! Volta aqui! — Sentia meu rosto queimando enquanto as lágrimas escorriam. — Jason!
Me sentei na calçada e fiquei chorando feito criança sem saber, sem saber o que fazer e muito menos para onde ir. Até ver aquele carro se aproximando novamente, se fosse ele eu ia mata-lo.
E sim, era ele!
— Que diabos você quer agora!? — Gritei.
— Vai, entra.
— Por que? Você me deixou sozinha!
— Eu sei, me desculpa.
— Não vou! E não desculpo.
— Não precisa desculpar, mas entre logo.
Ok, não vou ficar aqui sozinha. Entrei no carro emburrada, com a cara toda marcada porém consegui parar de chorar.

.

(Continua)

E aí??? O que acharam???

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E perdoem se houver algum erro pois não tive tempo de revisar

Obrigadaaaaa

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora