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— Marcella, como assim? — eu não sabia o que dizer. — Não estou aqui pra te julgar, longe de mim, mas... — fui interrompida pela minha mãe.

— O que tá acontecendo? — deixou a bolsa no sofá e sentou ao lado da Marcella.

Minha mãe nunca chega cedo, logo hoje, que ela não podia, fez isso.

— O que é isso na sua mão, Luana? E que cara de assustada é essa? — eu fiquei parada, sem reação alguma e ela tomou o envelope de mim.

— Me dá isso aqui, eu hein! — fui rápida. — Não me meto nas suas coisas. — levantei pra sair da sala.

— Não, Lua. Deixa ela saber, ela vai ter que saber. — minha irmã falou em meio aos soluços e eu entreguei de volta pra minha mãe.

Ela abriu e logo arregalou os olhos. Ficamos algum tempo em silêncio.

— E cadê o Eduardo?

— Eu terminei com ele, mãe. — eu não era muito fã da minha irmã, mas hoje, especialmente hoje, eu sentia a necessidade de dividir comigo o que ela tava sentindo, sua situação me desesperava. — O filho não é dele.

— É O QUE MARCELLA? — esbravejou e jogou o o envelope em cima dela. — PUTA QUE PARIU! Onde foi que eu errei? Olha pra mim, Marcella. OLHA PRA MIM! — deu um solavanco nela e deu um tapa em seu rosto.

Ela ia bater mais, mas eu entrei na frente e a porrada pegou em mim. Agarrei em seus braços, enquanto ela me xingava de todos os palavrões possíveis.

— Marcella, vai pro meu quarto. — falei serena, enquanto continha minha mãe, que chorava, gritava e tentava pegar a Marcella.

— Você vai defender essa puta, Luana? ISSO É PAPEL DE PUTA!

— Vou defender a Marcella sim, mãe. Ela errou, como todo mundo pode errar, tu é juíza de quê? De nada. Você não pode julgar ninguém. — ganhei um tapa na cara também, pra deixar de ser advogado do diabo, mas a soltei e ele caiu sentada no sofá.

Fui pro meu quarto...

LUA 🌙 - Uma nova chance Onde histórias criam vida. Descubra agora