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MIGUEL

Eu não acredito que a Marcella vai falar isso, mano. Em que mundo ele vive? Ela gosta desse cara, pô. Só isso explica.

— Então, ele é o pai do Lucca, correto? Show. — passei a prestar atenção na televisão.

Na real mesmo, a minha vontade era chorar, sensação de que tinha um nó na minha garganta, sabe? Pior coisa que existe.

— Amor, não é isso. Você é o pai do Lucca, você que dá amor à ele, a mim, tudo é você aqui nessa casa. Eu nunca vou saber te agradecer por tudo que você fez e faz pela gente. — olhei pra ela, estava chorando. Levantei e me sentei ao seu lado, pegando o Lucca no colo e apoiando sua cabeça em meu ombro. — Eu tenho medo de fazer as coisas erradas, tenho medo de ser julgada. Eu nunca sei o que to fazendo, só hoje, eu magoei as duas pessoas que mais me amam, por não conseguir dizer não às que me machucaram.

— Má, eu to ligado no tamanho do seu coração. Você, apesar de já ser mãe, ainda é uma menina, muito inocente, muito tolerante, mas existem coisas nessa vida, que são intoleráveis, entende? — balançou a cabeça positivamente — Você precisa selecionar quem quer na vida, precisa entender que as pessoas não são boas como você.

— Eu sei, amor, mas não consigo odiar ninguém.

— A questão não é odiar, cara. É selecionar quem tu põe na sua vida, quem tu permite que te domine. Quando você dá abertura pra alguém fazer o quê quer contigo, ela nunca mais perde essa mania, me entende?

— Entendo! Você me desculpa? — virou o rosto pra mim.

— Eu te desculpo, po. Aliás, não tenho o que desculpar, você não fez nada de errado, é o seu jeito. E outra, po, eu sou teu marido, não sou teu dono, nunca vou entrar numa de te proibir das coisas, mas vou te alertar... O resto é contigo!

LUA 🌙 - Uma nova chance Onde histórias criam vida. Descubra agora