LUA 🌙 - Uma nova chance

88

DOMINGO

— Vai ficar com essa cara de cu o dia inteiro? — dei de ombros e continuei a olhar pro trânsito. — Lua, por favor, tenta ser mais maleável, só hoje.

— Ai amor, tá bom. — bufei.

Durval e meu pai combinaram esse almoço hoje, eu não saberia, se não fosse a língua da minha irmã, que me perguntou que roupa eu usaria e eu podia emprestar um vestido pra ela. Eles todos tramaram.

Marcaram lá em casa, minha primeira casa, no caso. E olha, desde que fomos expulsas essa é a primeira vez que volto.

— Se ela fizer algum comentário bobo, piada ou te tratar mal, eu vou xingá-la, pegar minhas coisas e sumir, hein. — cruzei os braços.

— Ela não vai fazer nada não, amor. Vai com a mente e o coração aberto, tem como? Se você não conseguir sustentar, a gente volta pra casa. — passou a mão na minha coxa.

Chegamos no meu condômino antigo, Durval estacionou, eu respirei fundo, fiz minhas orações mentais e fomos.

— Coração aberto! — ele falou pela última vez, assim que o elevador parou no andar.

Toquei a campainha e meu pai nos recebeu. Já estava todo mundo lá e o cheiro da comida era maravilhoso, dei um abraço no meu pai e cumprimentei a todos.

Na hora de falar com a minha mãe, eu dei uma travada, mas dei dois beijos nela e apresentei o Durval.

— Durval, essa é uma minha mãe, Paula. Paula, esse é meu marido, Durval. — depois das apresentações feitas, ficou aquele climinha.

— Vamos comer?! — meu pai nos salvou e fomos todos pra cozinha.

Comemos conversando e até que foi legal. Em um momento, meu pai levantou, paramos de falar e passamos a prestar atenção.

— Eu não gosto de falar, não sou de demonstrar sentimentos... — olhou pra mim e eu ri, era genético. — Mas eu queria externar o quanto estou feliz com a presença da minha mulher, minhas filhas aqui hoje, do meu neto e dos meus genros. Com certeza, eu sou um homem muito feliz por ter tudo aqui. — ele olhou pra minha mãe.