Capítulo Um - Tudo é uma questão de aparência

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- Resguardem seus maridos senhoras... A meretriz chegou. - Lady Abigail Fetcher diz acidamente com a atenção na entrada da mansão onde os convidados chegavam.

Cibelle Herveston sabia de quem se tratava. Seu nome fora anunciado assim que entrou, mas, assim como todas as outras instigada pela curiosidade ela vira-se para observar a condessa viúva Celine Marchand.

- Céus ela até se veste como uma prostituta. - Chiou lady Phoebe Goodwin.

Cibelle duvidava muito que as pobres prostitutas se vestiam de forma tão elegante. Ela usava um vestido fino de seda com um profundo azul escuro e detalhes prateados. O corte de caimento nos ombros exibia a pele exposta, as mangas curtas mostravam os braços que usavam luvas rendadas da mesma cor e por baixo da cintura fina seguia-se a saia bufante com discretos babados na barra. O cabelo tinha um penteado elegante coberto por alguns adornos florais que terminavam em cachos emoldurando o rosto e por fim um conjunto de jóias que fariam inveja a qualquer joalheiro.

Até ali nada de tão diferente comparado as outras damas no salão, mas a maior demonstração de despudor vinha dos pequenos detalhes prateados que chamavam a atenção para os seios exibidos sobre um decote revelador demais para a moral inglesa e a maquiagem que fugia e muito da aparência inocente que a sociedade aclamava. Era fato que a condessa de Bath não se vestia com tanto decoro, mas não significava que não se vestisse bem. Tudo combinava perfeitamente e fazia dela uma beleza exótica. 

Secretamente Cibelle até mesmo nutria uma admiração velada pelo estilo atrevido da francesa.

Ao perceber que em sua cabeça estava defendo lady Marchand, dedica-se um pequeno riso auto-depreciativo que ao seu lado as lady mais respeitadas do reino entendem como um gesto de desprezo e a acompanham em apoio. Afinal de todos os convidados presentes no baile da condessa Bowles era Cibelle Herveston quem mais tinha motivos para odiá-la. 

Celine Marchand fora a amante de seu marido e até hoje objeto do amor do próprio.

Com esses pensamentos a duquesa mudou o foco da sua atenção olhando na direção de Joseph Herveston, o duque de Manchester e um dos homens mais influentes na Inglaterra. Quando encontra o olhar do marido cravado nela a duquesa não se surpreende, mas quando nota o brilho bêbado em suas íris claras contem um suspiro derrotado. Não podia suspirar. Suspirar era um ato inadequado e atos inadequados de acordo com sua mãe - a marquesa de Manchester - não combinavam com uma mulher da sua posição.

- E aquela cor vermelha nos lábios? Repugnante! - Repele a viscondessa Darcey Garland. 

- Mulher devassa.

As Ladys continuam a despejar seu veneno conforme a nobre passava e ela não era a única. Com exceção dos criados servindo a festa, os homens eram os únicos que dirigiam um olhar diferente do desprezo a convidada. Inesperadamente os olhos azuis de Celine cruzam com os marrons de Cibelle e juntas esboçam uma reação de surpresa antes da condessa rapidamente se desvencilhar.

Ótimo, nem mesmo digna da atenção de uma meretriz eu sou. Pensou ela com desgosto.

- E como sempre o conde segue ao seu lado. - Continuou Darcey o rosto entortando tanto que por um momento quase parecia outra pessoa. 

- Certamente fora enfeitiçado! - Exclama Phoebe abanando-se freneticamente com o leque. - Pobre da condessa de Leeds. Ela ainda reside em York?

- Segundo minhas fontes ela permanece no campo. - Sussurra lady Abigail disfarçando com um sorriso. - Ao que parece não houve melhoras em seu quadro mental.

Com a menção do lorde finalmente Cibelle nota a presença do homem ao seu lado. Por motivos óbvios ele não chegara como seu acompanhante, mas para todos no baile era como se fosse. Seu nome é Saymon Dominic Taylor Ashworth, conde de Leeds e um dos nobres mais belos da Inglaterra. 

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora