Bebidas, conversas divertidas, risada zombeteiras e as cutucadas ácidas permeavam aquela tarde na residência da condessa de Bath quando seu corpulento e geralmente insociável amigo aparecera para atiçar brevemente a curiosidade do trio na sala de visitas.
- O que foi, Vitor? - Perguntou Celine após uma pausa nas risadas.
Rolando os olhos o amigo apenas deu um passo para o lado revelando a pequena figura de cabelos dourados e olhos flamejantes tão sorridente que a pele de seu rosto ameaçava-se rasgar com tanta animação.
- Seu mordomo não esqueceu de anuncia-la? - Sussurrou George ensaiando um sorriso falsamente confiante.
- Depois que Cibelle já deixou claro que entra quando bem quer Vitor desistiu de fazer quaisquer apresentações. - Respondeu no mesmo tom e usando do mesmo sorriso.
- Cibelle é? - Provocou num arquear cínico.
- Comporte-se. - Alertou antes de levantar-se para recebê-la. - Parece bem.
- Eu estou! - Respondeu ela tão feliz que Celine quase riu achando graça.
- E a que devemos essa bela visita? - Um leve corar envergonhado seguira assim que a loira finalmente percebeu que tinha companhia.
- Tenho novidade sobre nossas lições, mas como está ocupada posso voltar em outro momento.
- Não se preocupe conosco, junte-se a nós. - Intrometeu-se Phillipe comicamente mais animado graças a ridículos dois copos de brandy. - Venha!Venha!
Sendo perceptível nos olhos castanhos que ela desejava ficar Celine apenas a empurrou até o sofá em que dividiam oferecendo uma pequena - pequena mesmo - taça do seu mais fraco champanhe.
- Ao que estamos comemorando? - Indagou tomando um gole.
- Nada, mas você parece estar trazendo a resposta. - Respondeu George com os olhos brilhando de curiosidade. - Então vamos, nos dê o motivo para brindarmos.
- As aulas tem dado certo, Joseph e eu fizemos um progresso gigantesco! - Anunciou em gritinhos vitoriosos. - Meu casamento finalmente parece real!
Apenas três copos se juntaram ao brinde.
- Do que está falando? Que progresso? - Perguntou Celine numa voz que nem ela mesma reconhecia, na verdade não reconhecia nenhum dos sentimentos que vinham a ela naquele momento e tantos de uma vez.
- Joseph e eu estamos mais próximos do que jamais estivemos e é graças a você! - Era visível que sua animação não chegara a ela. - Você me ouviu? Estamos conseguindo!
Diante de uma reação que definitivamente Cibelle não esperava ela a encarou confusamente.
- Eu acho que vou me servir de mais algumas tortas. Querido venha também, dizem que depois de tanto álcool uma alimentação cai bem. - Tendo sentido o clima esfriar consideravelmente George sendo o mais sóbrio ali arrastou seu parceiro para a mesa do pequeno buffet.
- O que ele fez?
- Me beijou. - Respondeu a loira num fio de voz.
Os sentimentos estranhos apertaram dolorosamente seu coração.
- Houve mais, posso ver em seu rosto. - Acusou obtendo a resposta em suas bochechas vermelhas. - Vocês fizeram sexo.
Acompanhando o desenrolar daquele embate como se fosse uma tórrida peça teatral Phillipe engasgava-se na torta enquanto George tomava mais um gole de sua taça achando tudo muitíssimo interessante.
- Amor. - Corrigiu a duquesa achando tal escolha de palavras extremamente inadequadas para a noite que tiveram. - Fizemos amor e foi maravilhoso.
- Bom para você, deve ter se sentido muito bem tomando atitudes precipitadas e ignorando toda uma série cuidadosa de planejamentos ao qual eu tive que pensar! - Respondeu apontando para o peito e elevando a voz sarcasticamente.
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A outra [FINALIZADO]
RomanceLivro I da trilogia "Amores inimigos" "Amar ela era como caminhar de encontro a minha própria condenação." A secretamente abolicionista Cibelle Herveston é a grande duquesa de Manchester. Bela, recatada e devota. Ela foi descrita até mesmo pela rain...