No lado norte de Londres a resistência das paredes do Lune, mais uma vez eram testadas diante da ira de mais um inesperado visitante. Andando de um lado para o outro George se assemelhava a um pai tentando dar um sermão em uma filha amada, mas que graças a um comportamento rebelde necessitava de um puxão de orelha para ser corrigida. Fazendo o papel da garota Celine seguia sentada na poltrona do falecido marido com uma mão preguiçosa sobre o queixo e olhar displicente no rosto.
- Mulher inconsequente! - Esbravejou ele mal fazendo sua amiga piscar. - O que te deu na cabeça para levar a porra da mulher mais respeitada de Londres para o submundo?
- A duquesa me entretém. - Respondeu lançando um sorriso sarcástico a Philipe que de sua cadeira ao lado retribuiu com um olhar reprovativo.
- Você não se importa com mais nada além de não estar entendiada?
- Não, e se não se importa vou me retirar. - Brincou já se levantando. - Está me deixando entediada.
- Sente ai, Celine. - Ordenou a autoridade de um príncipe e mesmo ciente de que aquilo não subjugaria nem a unha bem feita da condessa ela em consideração voltou a se sentar.
- Você já não disse o suficiente no clube? - Perguntou se lembrando da tortura em forma de acusações por parte dos dois que levara duas horas inteiras.
- Não, com toda certeza não! E se você ainda deseja ter um pouco de paz nessa sua vida vai me escutar! - Ao notar a expressão séria de seu amigo Celine numa sábia decisão decidiu manter a boca fechada, mas não sem antes soltar um bufo e uma insolência.
- Estou escutando.
Seguido por dois pares de olhos George continuava inquieto sua caminhada. As lembranças das duas juntas, do local e das condições o perturbavam tanto que ele mal conseguia formular sua bronca. A condessa libertina e a dama estimada? Aquilo era tão aleatório e improvável quanto sua amizade com ela!
Como aquilo ainda não tinha ido aos jornais? Ou tinha?
Com o assunto de sua pretendente espanhola perseguindo seu amado e ele, George não recordava a última vez que tinha lido um.
- Sinto que estou envelhecendo nessa sala. - Provocou o problema mais uma vez.
- Você enlouqueceu? Não! De verdade enlouquecera mulher? - Falou o príncipe despejando as primeiras palavras que lhe saiam em meio ao geleia que seu cérebro tentava organizar. - Para onde foi a inteligência da minha Line? Por que certamente está louca ou burra para começar a dar... O que lady Herveston chamou mesmo?
- Aulas de conquista. - Respondeu Philipe calmamente.
- Isso! Aulas de conquista! - Confirmou ele como se a palavra causasse confusão a sua língua. - Isso é claramente um plano para derrubar você Line!
- Do melodrama passou para o drama vossa alteza?
- Celine o escute por um momento, George está tentando ajudar.
- Obrigada, amor. - Um sorriso conspiratório rapidamente surgiu em Philipe e Celine revirou os olhos em clara desvantagem.
- Eu também pensei isso no começo, mas ela me deu sua palavra.
- Palavra? - Repetiu novamente rindo sem humor.
- Não estou sendo ingênua. - A expressão de pena nos olhos dos dois homens fizera a condessa se exaltar de vez. - Se trata de uma maldita troca! Eu ajudo ela a ter um casamento feliz e ela torna minha vida mais suportável com a maldita reputação dela para me defender! Satisfeito?
- Achei que não se importasse. - Ecoou Philipe repetindo sem saber as mesma palavras da loira alguns dias atrás.
"Por que todos achavam que ela era imune a tudo?" Resmungou um tanto amarga. "Inferno! As mulheres só não cuspiam em seus sapatos porque ela tinha rendas e babados finos para protege-los!"
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A outra [FINALIZADO]
RomanceLivro I da trilogia "Amores inimigos" "Amar ela era como caminhar de encontro a minha própria condenação." A secretamente abolicionista Cibelle Herveston é a grande duquesa de Manchester. Bela, recatada e devota. Ela foi descrita até mesmo pela rain...