Capítulo Vinte e quatro - Uma emoção para o sol

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- Já lidei com homens mais perigosos que você senhor, então pode me encarar o quanto quiser se acha que terá algum efeito, mas não vai me intimidar.

O feições do homem migraram para o choque e fazendo uma série de gesto que ela não entendia, Zarina pulou da carruagem agarrando o primeiro galho que no chão estava quando repentinamente ele se aproximou, mas ao invés de machuca-la como acreditava ele pondo imenso corpo na carruagem remexeu no piso de madeira revelando um fundo falso de onde tirara um caderno e uma caneta tinteiro.

Apreensivo que aquela mulher fosse fugir amedrontada, Vitor escreveu o mais rápido que conseguira e rasgando rudemente a página em seguida, ele esticou o braço na direção dela. Embora pequeno e fraco em comparação ao dele, o corpo dela não deixou a posição ofensiva um segundo sequer enquanto ela rapidamente pegava o papel e o lia.

" Me perdoe se passei essa impressão, mas não quis intimida-la. Eu não consigo falar."

Precisou-se de uma eternidade e algumas boas demonstrações de sinceridade dele até que a guarda de Zarina desfizesse um pouco e ela abaixasse o galho.

- Então por que me olha tanto?

Por algum motivo Vitor se sentiu aliviado por não ter saído nenhuma expressão de pena em seu rosto ou uma série de desculpas como se seu estado físico fosse culpa de alguém. Ainda apreensivo ele com a mesma rapidez escreveu em outro papel.

" Porque nunca vi mulher mais linda, senhorita. "

Para agrado dele a rigidez digna de um soldado dela recuou na forma de um expressão adoravelmente desconcertante que fez a pele dela avermelhar-se.

- Não estou interessada em quaisquer das aventuras que esteja passando pela sua cabeça senhor, então peço que pare porque não vai funcionar. - Rindo baixo para a autoridade dela ele voltou a entregar outra página.

"O elogio é sincero senhorita. Embora fosse incrível ter a oportunidade de corteja-la, saiba que minhas intenções não são desonrosas."

Zarina quis zombar daquela formalidade pomposa, mas se conteve para não anima-lo. Nunca nenhum homem fora tão respeitoso com ela.

- Por que não pode falar?

" Nasci assim."

Assim que seus olhos elevaram novamente do próximo papel e Vitor reconheceu a curiosidade neles, suspirou. Preparando-se para o enojamento que sempre vinha ele abriu sua boca exibindo o pedaço mal formado de carne onde deveria ter sua língua.

- Pensei que estivesse mentindo... Nunca ouvi falar de algo assim. - Murmurrou ela tão curiosa para ver melhor que esquecera a cautela largando o pedaço de madeira e chegando tão perto que ele teve que lutar contra o rubor. - Mas já vi mutilações demais para distinguir uma.

Ao ver a mesma curiosidade no rosto dele foi a vez de Zarina explicar melhor.

- É um método comum de tortura para quem ousa ter opiniões nas fazendas. Com o corte certo você pode causar dor sem resultar na morte de um escravo. - Intrepetando a expressão perturbada dele por somente suas palavras e não a aproximação, Zarina interrompeu-se. - Desculpe, só estou falando coisas desagradáveis... As vezes esqueço que isso não é a realidade de todos.

Decidindo que aquele não era o melhor caminho para eles recomeçarem Vitor pegou outro papel decidido a arrancar um sorriso seu.

" Por que não fora com eles? Não gosta de festas? "

- Não, eu as amo. Celebrações sempre me fazem esquecer dos problemas.

" Então por que não vai?"

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora