Capítulo Quarenta e Cinco - Passados e outras correntes mais

4.4K 421 475
                                    

- Sei que está preocupada com seu filho, mas nesse ritmo terei dois pacientes em vez de um nessa casa. - Falou o senhor de meia idade atraindo a atenção de Zarina. - Saia um pouco e respire ar puro. Está com um aspecto preocupante.

- Como posso sair e respirar ar puro quando meu menino está assim? - Questionou gesticulando bruscamente para Adika que visivelmente debilitado estava deitado no colo de Cibelle tendo os cabelos acariciados distraidamente por ela.

Depois de quase um dia inteiro delirando com a febre alta ele tinha enfim um descanso com a chegada do doutor, mas isso chamava a atenção para outro problema. A dor das feridas em suas costas e a queimação massacrante na perna com os exames períodos do medico nela. 

- Eu disse a senhora que poderia acontecer. É algo comum na situação em que ele se encontra. Até o homem mais forte teria padecido em tais condições, mas o corpo dele está reagindo ao tratamento... Senhora Marchand, isso é bom. - Reforçou confiante.

Depois de tantas tentativas fracassadas a escrava havia desistido de explicar para o médico que não era senhora alguma. Suas amigas claramente se divertindo com seu embaraço faziam de tudo para atrapalha-la em cada maldita vez que tentava esclarecer aquele mal entendido. Mas, o mais estranho disso tudo é que Vitor tão pouco se esforçava para desmentir também. 

- Temos dado alimentos líquidos como o senhor instruiu, administramos em poucas colheradas para evitar os vômitos e ainda que esteja comendo pouco ele está aceitando todos o medicamentos. - Falou Hadyia tentando trazer otimismo ao local sufocante.

- Fez o certo, não devemos nos apressar. - Elogiou com um sorriso. - Adika, está me escutando? Você está indo bem. Mais um pouco e poderá seguir viagem. 

Sem ânimo ele ainda de olhos fechados, apenas acenou mostrando que o entendia. 

- É hora de se acalmarem, o pior já está passando. - Novamente ele aparentava querer acalmar só a uma pessoa.

- Mamãe, vá. - Pediu no idioma natal deles. - Não quero a senhora doente. 

Sendo o único com poder suficiente para convencê-la, sua teimosia instantaneamente amoleceu diante da preocupação de Adika com seu bem-estar.

- Ficará bem sem mim? - Aquiesceu tocada. 

- Preciso cuidar das feridas dele hoje senhora, acredito que a criança ficará mais confortável se estivermos a sós. - Entendendo que ele precisaria estar nu se quisessem tratar as feridas que cercavam cada canto da sua pele em concordância todas elas se foram, sendo Zarina a última a resistir.

- Estarei de volta logo, meu amor. - Prometeu plantando um beijo terno em sua testa que o fez sorrir um pouco.

De cabeça baixa e a caminho da porta seu cenho rapidamente franziu em resposta quando uma mão carregando letras que já conhecia bem entrou na sua linha de visão obrigando-a a parar.

"Posso acompanha-la?" 

Ela sentiu algo ridiculamente reconfortante naquele simples pedaço de papel.

- Por que está escondido ao lado da porta?

" Não acho que tenha direito de estar lá dentro. "

- Não seja bobo, tem direito como qualquer outro.

Apenas olhar seu rosto preocupado foi o suficiente para seus olhos arderem e sua voz traidora embargasse denunciando o esgotamento. Sentindo o sofrimento dela como se fosse o seu Vitor enlaçando seus ombros com um braço a guiou para fora onde ela pudesse encontrar alguma privacidade.

 Sentindo o sofrimento dela como se fosse o seu Vitor enlaçando seus ombros com um braço a guiou para fora onde ela pudesse encontrar alguma privacidade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora