Antes pertencente ao condado Ellsworth e localizada ao norte de Londres, a Maison au clair de lune - ou simplesmente Lune - era a recém batizada propriedade de Celine Marchand. O local fora presente do falecido conde de Bath e a mansão onde há dois anos a condessa viúva residia. Sabia disso, pois a soma exorbitante que o conde tinha deixado para esposa escandalosamente mais jovem havia sido fonte de fofocas em todo canto. Por um ano inteiro todos só sabiam falar da notável diferença da herança entre Celine e o herdeiro do condado que havia recebido bem menos em dinheiro, mas havia ficado com a maioria das propriedades e títulos.
Os jornais aproveitando o escândalo questionavam os motivos apontando desde um amor irracional pela condessa até a intenção do falecido de humilhar o filho. Existiam rumores de que depois daquilo a condessa havia sido exilada do restante da família e não mantinha contato. Desde então, Celine Marchand se tornara a mulher independente mais rica de Londres e parecia que ela estava determinada a manter esse fato, pois apesar dos inúmeros homens ávidos em desposa-la a condessa jamais voltou a se casar.
Mesmo depois de ter conseguido despistar seus empregados, entrado na carruagem, adentrado em suas terras e chegado até as portas dela as mãos de Cibelle ainda insistiam em tremer. Sem perceber a tremedeira da patroa, seu cocheiro bate na porta por ela antes de Cibelle manda-lo esperar, pois nem em mil anos pretendia passar muito tempo naquela propriedade. Assim que a porta fora aberta seu pescoço teve que se curvar quase em sua totalidade para enxergar o rosto da muralha de dois metros que se agigantava frente a ela.
Por Deus aquilo era um homem?
Exibindo uma cara entediada o homem de cabelos castanhos e olhar afiado esperava pacientemente Cibelle desfazer a boca de peixe e agir como a mulher elegante que foi educada para ser.
- Sou lady Cibelle Herveston, vim a convite de sua senhora.
"Seu próprio convite você quis dizer!" Alegou seu cérebro ainda pensando naquele descortesia. Se ainda fosse uma criança sua mãe teria batido nela por aquele comportamento.
Assentindo o homem apenas se vira abrindo passagem e engolindo em seco Cibelle mesmo amedrontada por aquela figura que parecia ter saído de um conto vilanesco segue em frente enquanto uma parte sua se questionava onde estaria o mordomo daquele lugar. Ainda sem dar nenhuma palavra a muralha de músculos a guia até uma saleta magnífica inteiramente decorada no estilo francês e mantendo o sorriso educado a duquesa se senta na cadeira mais próxima. Como se fosse um garçom o homem saca do paletó um bloco de notas, brevemente escreve algo nele e a entrega.
Gostaria de algo enquanto a espera?
- Não, obrigada. - Depois de minutos inteiro Cibelle responde resistindo a tentação de perguntar porque ele havia usado aquilo.
A muralha novamente acena antes de lhe entregar outro papel.
Irei chama-la.
E simples assim o homem se foi deixando um rastro de perguntas na sua cabeça.
Para alguém na posição dela aquilo era no mínimo ofensivo!
Deveria estar sendo recebida por um velho educado, ser tratada com a maior pompa e não como alguém que parecia ter estragado o dia dele!
Emburrada Cibelle teve a impressão de ter esperado uma eternidade até que seu nervosismo permitisse que ela escutasse a melodia melancólica que preenchia levemente seus ouvidos. Curiosa ela não pensou muito antes de abrir a porta e rapidamente segui-la. Queria ouvir mais daquela hipnotizante harmonia e não era pela escolha ser vinda de seu músicos favoritos, ou pela execução perfeita, mas por que fosse quem fosse o músico, ele parecia estar em agonia enquanto derramava sua angustia naquelas notas.
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A outra [FINALIZADO]
RomanceLivro I da trilogia "Amores inimigos" "Amar ela era como caminhar de encontro a minha própria condenação." A secretamente abolicionista Cibelle Herveston é a grande duquesa de Manchester. Bela, recatada e devota. Ela foi descrita até mesmo pela rain...