Capítulo Sessenta - Miserável solidão [RETA FINAL]

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O barulho de vidro encontrando o chão pouparam os criados confusos de responder seus questionamentos e indo até o escritório, Cibelle observou as garrafas e os copos quebrados na tentativa de Celine encontrar as cegas uma garrafa de brandy.

- Saia, embora ele seja lindo não quero ver seu rosto na minha frente. - Ironizou se fixando no fogo que um criado revivia antes de fugir.

- É isso que prefere fazer em vez de resolver nossos problemas?

- Isso e meu piano, mas você está no meu caminho. 

- Podemos li_

- Eu tenho uma dúvida. - Interrompeu ela desistindo de usar um copo. - Depois que essa linda criança nascer, pois certamente será linda tenho que admitir, e vocês estiverem adorando brincar de casinha onde exatamente eu irei me encaixar? 

O futuro repleto de incertezas que o surgimento daquela criança trazia impediu a duquesa de proferir os juramentos que a fariam ficar.

- Vou fingir estar surpresa. 

Rindo com desprezo, a condessa tentou passar, mas fora barrada pelos seus braços que se ergueram em cada lado da porta. 

- Chega de drama, Cibelle. - Continuou forçando um tom novo de tédio. - Não estou disposta a esperar eu me tornar descartável para você. 

Certamente aquele tom serviria para desestimular qualquer um de seus amantes, mas Celine já a conhecia a tempo demais para entender que seus truques não serviam com a loira. Não. Como previra, seus pés não moveram um único passo. Em vez disso foram seus braços que agiram, direcionando-os para o seu peito onde passou a empurra-la mais para dentro do cômodo como se apenas com isso pudesse convence-la.

- Me deixe passar.

Outro e mais outro, ela não parou de empurra-la até Celine cansada largar a garrafa e segurar seus pulsos a obrigando a se encararem. 

- Acabou.

Insuficientemente corajosa para lidar com um mundo sem ela, Cibelle calou as palavras dolorosas com sua boca. Não tinha o direito de usar a manipulação que aprendera com a amante tomando-a em um jogo sujo de prazer, mas um instinto traiçoeiro dentro dela o fez. Esse, não se deixando abater pela frieza distante dela, agarrou ferozmente seu pescoço empurrando sua língua até as defesas caírem e a condessa com um soluço sufocar seus lábios no que pretendia ser um beijo de despedida. 

Suplicando para que conseguisse naquele ato transmitir a imensidão de seus sentimentos e que fossem eles assim suficientes, Cibelle não a soltaria nem se a necessidade exigisse. O que seus sonhos egoístas não contavam é que um obstáculo maior surgiria e emitindo um som assustado ela reconheceu a mão de seu marido segurando seus cabelos e a afastando de Celine com uma fúria aterrorizante.

- Faça isso! - Tão errante quanto sua voz a mão erguia-se em direção ao seu rosto.  - Me bata! 

Há milímetros de encontrar sua pele e a centímetros de sua amante tentar impedi-lo, o duque parou. No reflexo dos olhos castanhos ele havia visto a influência de seu pai em si e imediatamente sentiu-se enojado por ter usado sua força em Cibelle. O demônio dentro dele podia desejar machuca-la o quanto quisesse, mas a parte humana, aquela que aprendeu ama-la, nunca seria capaz. 

- Há quanto tempo? 

- Você me traiu e me magoou por todos esses anos.

- Então é por isso? - Insistiu elevando a voz. - É disso que se trata?

- Isso não é vingança. - Explicou demonstrando finalmente algum arrependimento. - É amor. 

Nada ali havia, mas a pressão que surgira repentinamente era tão intensa que escapava de seu rosto e irregulava sua respiração. 

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora