Capítulo Trinta e Nove - Adeus dama estimada

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- Por que está trazendo tudo isso? São só dois dias! - Exclamou vendo a pequena montanha feita com as malas dela.

- Sou Celine Marchand, Cibelle... - Uma pausa dramática se fez e como se contasse com o som da próxima mala juntando-se ao restante, assim que baque do objeto soou os penetrantes olhos azuis e boca sedutora se viraram para ela prontos para finalizar grandiosamente. - Para onde quer que eu vá estarei sempre impecável.

Os traços da duquesa mudaram da irritação para um tédio sarcástico que no fundo a condessa achou adorável. Para a sorte dela seus amigos não estavam mais no Lune para notarem isso.

- Achei que não se dessem bem. - Disse Zarina recordando da briga que presenciara na primeira vez que veio aquele lugar.

- Pelo contrário, nos damos muito bem! Não é mesmo, Belle? - Provocou Celine usando propositalmente seu apelido.

- Há controvérsias. - Resmungou obtendo uma piscada que fez a duquesa corar.

Todos se viraram achando estar delirando quando um som incomum as recebeu. Sempre ausentes de alegria a esperança haviam ascendido os olhos da escrava surpreendendo a todos quando ela aparecera para comer o desjejum e agora a adição daquela cena vinha para acentuar sua beleza de uma forma que nenhum deles conseguiu tirar os olhos ao ver Zarina rir.

Cibelle estava quase pedindo para que ela não parasse ao perceber a boca semiaberta do mordomo em sua direção quando um novo som a atraiu e ela vira um emblema familiar bastante conhecido ganhar terreno na entrada da mansão. Mal a carruagem havia parado e a porta quase acertado o pobre cocheiro quando sua mãe irrompeu correndo até ela com uma raiva que poucas vezes presenciou.

- Mamãe o que faz aqui? - Questionou muda com o estado lamentável de Eleanor Crawford. Sua aparência sugeria exatamente o que tinha acontecido, ela praticamente correra tentando chegar a tempo ali.

- Impedindo você de fazer uma besteira! - Respondeu pegando cada uma de suas mãos. - Filha ainda da tempo, desculpe-se com seu marido e volte para casa.

- Não veio me desejar uma boa viagem? - Perguntou baixinho notando Lilian e seu irmão descerem mais calmamente também.

- Diga que se arrepende, prometa que não repetirá esse comportamento escandaloso e implore pelo seu perdão! Vocês podem consertar isso jun_

- Eu não me arrependo. - Surpresa com sua resposta o falatório imediatamente parou. - Mãe, isso não se trata do meu casamento. Uma criança está separada daquele mulher bem ali e a culpa disso é tão dele quanto minha... Então, se alguém deveria mesmo pedir perdão esse alguém não sou eu.

Era notável o choque de cada pessoa diante do posicionamento tão ausente da submissão que por muitos anos a caracterizara.

- Eu entendo seus motivos. - Continuou Eleanor mudando sua estratégia. - Seu coração sempre foi bondoso e disso eu só tenho motivos para me orgulhar. Mas, por que irá com essa mulher?

Tendo escutado tudo a sobrancelha da tal mulher arqueara com humor e a audácia daquele gesto despreocupado fez a marquesa endurecer cada ruga como se fosse ela a insultada ali.

- Olhe para isso! - Exaltou Eleanor apontando para Celine que riu calmamente. - Acaso não sente vergonha, Cibelle? Não tem consideração pela sua pobre mãe? Permiti que andasse com essa mulher porque Deus quis assim, mas isso... - O dedo migrou apontando para suas novas roupas e as pessoas atrás dela. - Isso é demais! O que falarão da nossa família ou de você ao saberem que está indo em uma viagem com essa mulher?

Tendo usado cada grama de paciência que lhe restara a condessa já estava prestes a despejar insultos que deixariam até um marinheiro corado quando a loira com uma tranquilidade assustadora ergueu uma mão a impedindo.

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora