- Joseph.
- Celine - Saudou ele num sussurro apaixonado
Antes que pudesse demonstrar com seu corpo toda a saudade que sentiu da mulher que tomou o que ele acreditava ser um órgão inexistente de sentimentos o idiota do Henri Goodwin aparecera com a igualmente infiel mulher ao seu lado. Infelizmente a intrusão só não era mais inconveniente porque ela lhe servira como um lembrete de onde estavam.
- Duque Hesverton! Aah que felicidade! Meu humilde baile acabou de ficar mais animado com sua presença! - Forçando uma simpatia que não existia o duque a cumprimentou galantemente fazendo a condessa corar e o bastardo do Henri empertigar-se ameaçado.
Como abutres atraídos pela carne o restante das amigas de sua esposa e dezenas de outros a quais ele pouco importava se juntaram tão animadamente que chegava a ser medonho o tamanho de seus sorrisos. Ao ver um rosto conhecido entre eles Joseph suspirou de alívio para seu amigo e parceiro de negócios.
- Finalmente voltou! - Era tão sútil que somente as pessoas altamente perspicazes notariam, mas o indicio de um sorriso desconfortável e camaradagem falsa de Ethan imediatamente o deixaram desconfiado. - Por que não me avisara de seu retornou? Pensei que demoraria mais alguns dias em York.
- Devo ter esquecido. - Mentiu calmamente, a verdade é que não se importara de avisa-lo porque dar satisfações a um Crawford pelo seu secretário lhe foi suficiente.
Enquanto estava entediado em um bordel até pensou em escrever uma nota, mas pelo empenho do amigo em parecer despreocupado fizera bem em surpreende-lo.
- Cheguei mais cedo e como não vira a duquesa resolvi encontra-la, aliás onde está minha adorável esposa?
Ainda ao seu lado o duque sentiu Celine tensionar por breves segundos, deixando o seu corpo consciente dela das maneiras erradas... Era desesperador o quanto a queria para si.
- Joseph está tão cansado da viagem que nem a reconhece? - Brincou Ethan continuando sua farsa. - Minha irmã está bem atrás de lady Marchand.
Seus olhos finalmente pararam a tarefa discreta de admirar Celine naquele vestido para lentamente afasta-la com uma mão e ver a mulher que apesar de alta se encolhia como se quisesse diminuir.
"Quem estava cego era Ethan, aquela não podia ser Cibelle nem em duzentos anos." Pensou querendo rir sarcasticamente enquanto uma parte sua se atraia ao primeiro vislumbre do colo discreto, mas tentador dela. Sempre desinteressado pelas tímidas, Joseph estava preparado para zombar de seu amigo quando a mulher finalmente desistira de observar o chão para tirar o seu.
Após tantos anos com Cibelle Crawford, Joseph julgava conhecer cada detalhe de sua mulher como se fossem os seus. Com os cabelos firmemente presos em adereços horrendos, camadas de pó de arroz sobre a pele e recusas de nunca deixa-lo que a visse sem todo aquele preparo ela parecia se esforçar para não ser atraente para ele e nem para o universo masculino.
Em Harvard as piadas dos seus "amigos" nobres sobre a aparência de sua noiva eram constantes. Algumas até o faziam rir, mas isso era antes de Joseph tomar a decisão de surra-los depois. E embora suas atitudes violentas fossem perdoadas pela justificativa de proteger a honra da futura duquesa, ele com amargura concordava de cada uma, até as mais maldosas.
Afinal, a Cibelle com quem se casara nunca teve a pele linda, longos cabelos brilhantes ou uma boca tão tentadora como aquela dama a sua frente. E se tinha ele nunca vira já que ela nem mesmo a sós permitia que a visse naturalmente. Não, ela era exatamente como eles diziam... Frígida, cafona e tão ardente quanto uma geleira.
"Mas se ela era realmente assim por que aquela mulher que sem perceber exalava nas curvas delicadas uma sensualidade hipnotizante se parecia tanto com sua esposa?"
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A outra [FINALIZADO]
RomanceLivro I da trilogia "Amores inimigos" "Amar ela era como caminhar de encontro a minha própria condenação." A secretamente abolicionista Cibelle Herveston é a grande duquesa de Manchester. Bela, recatada e devota. Ela foi descrita até mesmo pela rain...