Capítulo Três - Os deveres nunca acabam para uma mulher

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Ao abrir os olhos Cibelle se ergue da cama reconhecendo aos poucos seus aposentos. De imediato não sabia o motivo por estar acordada no meio da noite, mas ao escutar alguns sons vindo do quarto conjugado sua curiosidade fora atiçada e saindo de sua cama a ela caminha até a porta que separava seu quarto do duque. Acostumada, bastou apenas alguns segundos para que ela reconhecesse não só a natureza do som como também o motivo de seu despertar.

Sentindo-se cansada demais até mesmo para voltar a cama e fingir que aqueles sons não existiam. Numa respiração pesada Cibelle sentando no chão, desaba sobre a porta e calmamente fecha os olhos. Os sons na verdade eram gemidos de uma mulher e pelo empenho em demonstrar agrado ao que marido fazia provavelmente era mais uma prostituta. Ela já devia ter adivinhado que depois de um encontro infrutífero com Celine Marchand seu marido procuraria alguém para afugentar a frustração. 

Era sempre assim. A cada recusa da ex-amante Joseph Herveston procurava uma mulher para ocupar seu leito. Não importavam se eram nobres, plebeias ou cortesãs. Contanto que fossem discretas e belas ele não fazia grandes reflexões. 

Seu critério para suas escolhas vinha do físico. Qualquer semelhança - mesmo que remota - a sua antiga amante o atraía. Essa em especial tinha os cabelos negros de sua amada, mas seus gemidos incessantes não se comparavam a excitante harmonia que ela produzia. Celine não gemia desse modo, qualquer som que vinha de seus lábios só era libertado se fosse devidamente merecido. Ela fazia questão de receber igual prazer e não fingia se algo a desagradava. 

Felizmente sua amada nunca ficava calada nas noites em que dividia seus lençóis com ele. 

O duque era famoso nos prostíbulos mais badalados, pois tinha a fama de pagar bem e entre as prostitutas por ser muito bom na cama. A cortesã em questão experienciando o desempenho do duque gemia e delirava enquanto recebia as deliciosas investidas. Em seus derradeiros meses naquela profissão era a primeira vez que obtinha tal prazer e sentia-se encantada por ser nas mãos do mais belo e rico dos nobres. 

Prevendo o orgasmo chegando com um grito a mulher abaixo dele se liberta apertando tão forte o membro dele que Joseph fazendo os últimos movimentos retira-se rapidamente evitando engravidar a puta que escolhera. Passado os momentos de estupor obtidos com a libertação, o duque caindo para o lado se deita sobre os lençóis.

- Milorde, foi tão bom. - Ronrona a cortesã acariciando com as unhas do torso desnudo de Joseph. 

Fora do encanto do momento e já tendo conseguido o que queria a carícia lhe causa arrepios de repulsa e tirando os dedos da moça ele se levanta em busca da garrafa de uísque no chão. 

- Creio que já paguei a sua madame, mas há uma quantia na porta dos fundos em troca de sua discrição. 

- Certamente que não direi uma palavra sobre nossas noites milorde. Quero guardar cada momento no meu coração. - Continua a mulher tentando ganhar com palavras a afeição e predileção do homem. Se tivesse aquele nobre como um cliente fiel, não precisaria se submeter com tanta frequência aos terríveis clientes de sua madame. 

- Está na cozinha ao leste, pode ir. - Ordena Joseph de maneira fria. 

- Milorde, não deseja que eu fique mais um pouco? - Piscando a cortesã se levanta para mostrar o belo corpo. - Posso te proporcionar ainda mais prazer. 

- Vá. 

Diante da expressão inflexível do duque, com uma expressão desapontada ela recolhe suas roupas e se afasta alguns metros. Demonstrando os primeiros sinais da experiência a mulher veste rapidamente as complicadas vestimentas de seu gênero e com uma dispensável mesura sai segurando as lágrimas de frustração. 

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora