Capítulo Quarenta e Dois - Eclipse

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Com a comoção digna de um furacão, o relinchar selvagem das bestas negras anunciaram o fim dos dias pacatos naquela casa de campo. Acordando a mulher que dormia preguiçosamente na cadeira e chamando a atenção de mais delas, todas se juntaram, observando em alerta um cocheiro perigosamente atraente abandonar as rédeas e se apressar enfiando o corpo na carruagem.

Mesmo confusas as três escravas na entrada reconheceram de imediato a duquesa de Manchester entre o caos, e do choque - com a adição de Zarina ao reconhecimento - elas passaram para o horror ao verem o filho dela inconsciente nos braços do tal homem.

- Suba as escadas! Qualquer um dos quartos a direita!

Ignorando as formalidades Cibelle assumindo a liderança, correu na frente utilizando uma memória há muito antiga para reconhecer cada cômodo ali. Como qualquer um dos seis quartos no primeiro andar era mais do que suficiente, ela sem grandes critérios invadiu a porta mais próxima. Instantaneamente seu rosto franziu e sua corrida parou ao descobrir que um caos maior a esperava naquele cômodo em particular.

- Mas, o que significa isso? - Perguntou diante da bagunça feito de madeira, pó e ferramentas de construção.

As únicas coisas remotamente semelhante aos quartos exuberantes - feito para abrigar as amigas mais íntimas de sua mãe - eram alguns móveis. E mesmo assim os poucos que não estavam em ruínas jaziam cobertos por mantas. Sem tempo para a explicação gaguejante de uma delas a duquesa escancarou a próxima e já na quarta porta sua confusão virou frustração.

- A propriedade está em reforma, vossa graça. - Respondeu uma mulher de cabelo castanho e traços fortes. Pela posição que emanava parecia ser a líder entre as duas mais intimidadas atrás.

- Há quanto tempo está assim? - Continuou vendo sinais desanimadores de muito trabalho a ser feito.

- Há pouco mais de um ano, acredito.

- Quando chegamos o lugar já apresentava sinais de abandono, duquesa. - Completou uma que exceto por alguns centímetros a menos e possuir olhos verdes era bastante semelhante em características com as outras.

- Abandono? - Que sua mãe não utilizasse mais o refúgio desde a morte do pai ela sabia e compreendia, mas ainda sim, até o casamento de Ethan, era dela o dever de manter as propriedades em bom estado. - E por que meu irmão não foi informado disto?

- Ele foi vossa graça, fora a nova marquesa quem deu iniciou as obras. - Na mesma hora lembranças distantes de sua amiga reclamando desses eventos vieram a sua mente, mas ela ocupada demais com pensamentos sobre o marido e julgando ser apenas mais uma crise com a mãe havia esquecido tão rápido quanto as ouviu. Para o horror da sua nova irmã, a mãe realmente levara em ação os planos de não gastar com as propriedades que ela julgara de menos valor.

- Cibelle. - Alertou Celine fazendo ela lembrar de sua urgência.

- Todos os quartos estão nessas condições?

- Não vossa graça, há dois quartos prontos para uso e mais quatro na ala dos criados.

- Me leve até esses dois.

Entendendo a necessidade da situação a mulher provando ser a líder entre elas se apressou até a quinta porta a direita onde lançou ordens para retirar os lençóis que conservavam os novos móveis e abrir as janelas deixando a iluminação entrar. Quando tudo estava relativamente pronto os olhares de horror aumentaram no momento em que a manta foi retirada para colocar o corpo de Adika na cama.

- Pegue um dos cavalos e traga o médico da família! - Mal a ordem da condessa fora dada e os passos pesados de Vitor já alcançava as escadas.

- O médico vai entender a situação? - Perguntou Cibelle pensando nas limitações físicas dele.

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora