Capítulo Treze - Segunda lição

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Com desânimo a duquesa sentia o início de uma dor de cabeçar se formando enquanto seguia tomando seu champanhe sobre a propriedade de Darcey Garland. Com a chegada de Abigail o trio de megeras finalmente estava formado e imediatamente a algazarra de fofocas, falsos elogios começaram a respeito dos preparativos e de como tudo estava nada menos que magnífico.

A festa organizada há vários meses era para comemorar a união da terceira filha da viscondessa com o filho mais novo do condado de Brighton. Como quarto filho do condado a garota que mal completara dezesseis anos não herdaria grandes títulos, mas o sobrenome do marido e posição da família garantia uma aliança proveitosa para os sedentos Garland elevarem seu status perante os nobres.

Apesar dos esforços da noiva em parecer animada, Cibelle sabia reconhecer a incerteza de um noivado quando o via e tinha absoluta certeza que a mãe dela também, mas isso não importava para eles. Os sentimentos ou a opinião dos noivos nunca contava se a família estivesse de acordo. Todos fingiriam estar cegos enquanto seguiriam como se tudo estivesse perfeito e sorrindo ela fez sua contribuição para aquilo também.

Uma estranha força que fazia eriçar seu pescoço junto a alguns olhares de espantos dirigidos além de seus ombros a fez olhar para trás e sentiu desânimo cair de vez ao ver Celine Marchand adentrando nas propriedades.

Como uma deusa ela cegava a todos, mas não era sua beleza incomparável ou seu porte elegante, ela literalmente ameaçava cegar a todos com a combinação ofuscante do sol refletindo na maldita roupa que ela usava.

Celine Marchand trajava apenas branco! O vestido de corte impecável, o chapéu com um pequeno véu que cobria parte de seus olhos, a sombrinha, os sapatos e até as malditas pedras em suas joias eram brancas!

- Isso é alguma moda nova parisiense? - Perguntou lady Phoebe embasbacada.

- Não creio que seja isso. - Murmurou lady Abigail confusa. - Você a convidou?

- Por cortesia obviamente, mas não pensei que ela viria. - Apressou-se lady Garland subitamente temerosa, era de conhecimento dela que seu marido tinha desejos por tornar aquela mulher sua amante. - Ela nunca vem nesses eventos!

- Cibelle isso foi ideia sua? - A duquesa escolheu fingir não ter ouvido a pergunta.

Temia, mas não estava surpresa por suas amigas já começarem a associar todos os seus movimentos com ela. Assim que saiu com a condessa libertina pelas ruas de Londres ela sabia que enquanto estivessem juntas as ações de lady Marchand refletiriam nas suas.

- Por deus ela está vindo até nós? - Exclamou Phoebe mal usando do leque para disfarçar seu desgosto.

- Temo que sim.

- Lady Marchand merece o benefício da dúvida senhoras. - Interviu Cibelle sendo mais discreta que as três.

- É uma rameira, ela não merece nada! - Em resposta Cibelle imediatamente lançou um olhar afiado que fez Darcey se calar. Era um olhar que impunha sua posição de superioridade entre elas e que lhes dizia quem realmente mandava naquele circulo.

Com uma personalidade passiva a duquesa raramente utilizava de sua posição para subjugar, mas aprendeu ao longo dos anos a importância de usa-la. Provando terem cérebros por trás daquelas camadas de rouge todas entendem a mensagem e se calam a contragosto, porque por mais que aquelas mulheres fossem influentes serem amigas da duquesa de Manchester era o que as matinha seguramente no topo.

Assim que a condessa de Bath se fez próxima o suficiente todas em uníssono sorriram como se a recebesse fosse a maior das alegrias.

- Condessa! - Recepcionou Darcey mostrando todos os dentes. - Oh! Que alegria recebê-la em nossa humilde festa lady Marchand.

A outra [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora