Vacilante Cibelle observara como a mulher ao seu lado estava bela naquela noite. A personalidade desafiadora de costumes ingleses das duas francesas não deixava dúvidas de que a escolha inusitada fora feita pelas mãos de madame Joly.
O rico vestido inteiramente preto reluzia a pele aveludada e combinavam perfeitamente com o tom de seus cabelos. O corpete de corte ombro a ombro tinha aquele exagerado decote - ao qual estranhamente já se acostumava - era enfeitado por rendas e cristais que se estendia em mangas curtas para dar espaço a longa luva negra que ia até um pouco acima de seus cotovelos.
A saia ligeiramente mais extensa que a sua se enchia sobre camadas e camadas de tule com quartzos brancos sobressaindo-se em cada uma delas como pontos brilhantes na escuridão. Um conjunto de jóias que constituíam em colar, brincos e uma diadema de diamantes e flores de prata brincavam com seu longo cabelo preso a um coque de fios soltos que emolduravam seu belo rosto e destacavam seus incríveis olhos.
A duquesa internamente e visualmente era seu oposto.
Seus cabelos estavam completamente diferentes, livre dos penteados elaborados ela agora exibia o dourado de seus fios com o orgulho que Celine tanto insistira. Presos atrás de sua cabeça algumas mechas eram seguradas por arranjos florais da cor de seu vestido para logo mais se derramarem em cascatas por seus ombros em cachos grossos.
Ao seu vestido foram acrescentadas luvas rendadas que iam até seu pulso, sapatos combinando e um conjunto de joias peroladas com um pingente das mesma pedras de seu vestido. Por fim após algumas horas de estudo a irritante francesa resolvera tirar toda sua preciosa maquiagem escolhendo apenas acentuar a cor rosada de seus lábios e as bochechas.
Não precisava acrescentar que em cada escolha a duquesa tinha alguma objeção, mas após ver o resultado final seu reflexo sorrira e lágrimas de alegria brotaram nos castanhos de seus olhos.
"Estava linda como nunca fora! Então, por que não se sentia tão segura quanto sua aparência emitia?" Indagou vendo a francesa que sem dar-se conta ia deixando-a para trás.
- Lady Marchand. - Percebendo o tom temeroso em sua voz Celine a olhara surpresa em ver que Cibelle já não andava mais. - Eu acho que não vou conseguir. - Suspirando ela pacientemente encurtou a distância que as separavam em poucas passadas. - E se rirem de mim? E se eu tropeçar? E se me acharem patética?
Seus questionamentos liquefizeram quando ela sentiu sua mão ser tomada pela dela num aperto tão íntimo que levara sua respiração.
- Lição número três. - Sussurrou encarando-a intensamente. - Seja confiante.
Tomando uma respiração trêmula Cibelle acenara para o olhar encorajador de Celine e elas se aproximaram da entrada onde a condessa nem precisou citar suas identidades ao lacaio. Assim que seus nomes foram anunciados involuntariamente ela apertou a mão de Celine por trás de suas saias com mais força para se sustentar.
Assim que seus pés tocaram o salão todos a um raio de seis metros interromperam suas conversas para observar as mulheres que mais tarde seriam consideradas as mais bonitas da corte.
- Aquele lacaio estúpido se enganara não é lady Herveston! - Dissera alguém ao seu lado.
- Não mamãe, na verdade é ela mesma e está acompanhada de lady Marchand!
- Então é verdade que elas estão juntas. - Sussurrara alguém assombrosamente.
- É mesmo a duquesa de Manchester? - Indagou um nobre que não se decidia para que beleza passaria o resto da noite encarando.
- Que disparate! Onde está o duque para impedir essa pouca vergonha?
O sorriso que Cibelle congelara tremeluziu ao primeiro sussurro negativo. Acostumada o de Celine aumentara para não dar a satisfação que eles tanto queriam.
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A outra [FINALIZADO]
RomanceLivro I da trilogia "Amores inimigos" "Amar ela era como caminhar de encontro a minha própria condenação." A secretamente abolicionista Cibelle Herveston é a grande duquesa de Manchester. Bela, recatada e devota. Ela foi descrita até mesmo pela rain...