Capítulo um - ✬ despejadas? ✬

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✬ Música: Patience - Tame Impala ✬

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Meu dia começa exatamente às 05:00 da manhã e eu me levanto em um pulo, tenho que está pelo menos 9:30 da manhã no trabalho para evitar um atraso e chegar antes do meu chefe. Eu me levanto em um pulo, vou no banheiro, faço minhas higienes e visto uma roupa de caminhar. Uma calça legging preta, blusa regata cinza e um casaco antigo que uso para caminhar, já que lá fora marca 12°C.

Saio do meu quarto e vou para a cozinha fazendo rapidamente o café, abro a geladeira para ver o que podia deixar para Antonella de complemento para o café:

- Droga...- Percebo que não tem quase nada na geladeira. Pego uma melancia e poucas coisas que podiam colocar nos pães, deixando em cima da mesa.

A situação aqui em casa anda meio crítica já que meu salário não é essas coisas toda pra sustentar tudo. Margaret também ajuda como pode mas seu salário é todo comprometido com água, energia e metade do condomínio. O apartamento é a única coisa de valor que eu tenho já que quem me deu foi minha avó paterna lá da Itália, desde quando eu tinha meus 18 anos e vim morar aqui ela vem me ajudando mas sempre com uma ponta de interesse: a guarda da minha filha. Sempre escuto ela dizer que não tenho responsabilidade e muito menos condições de cuidar dela, mas sempre digo a mesma coisa: o pai é presente pra ela e paga quase tudo, já que ele foi o único que se deu bem na vida entre nós dois, e eu sou totalmente responsável por ela.

Deixo tudo em cima da mesa e me direciono ao quarto de Margaret, que se encontra dormindo. Eu cutuco-a mas nenhum sinal dela acordar, nego com a cabeça e saio logo para não perder tempo. Calço o tênis que estava guardado no armário perto da porta de entrada e saio do apartamento, indo para as escadas e descer até o térreo.

Geralmente caminho por 40/50 minutos, chegando por volta das 6:20 em casa. Coloco meus fones e caminho pelas ruas do Brooklyn em ritmo contínuo.

Depois dos 40 minutos de caminhada, volto pro apartamento bem rápido para me arrumar para o trabalho. Assim que chego, subo as escadas e chego na porta do meu apartamento dando de cara com as correspondências em uma caixa que eu tinha feito justamente para isso, pego-as e vou passando carta por carta. Conta. Conta. Conta. Um envelope amarelado me chama a atenção por não ter nenhuma propaganda ou nome de empresa, viro para o lado oposto e vejo uma escrita à mão: "De: Verônica Sarchie". Abro o envelope com um pouco de pressa sem entender por que a síndica do prédio me mandou uma carta, ainda mais informal desse jeito. Logo me dou de cara com sua letra e no final sua assinatura, e a primeira frase me amedronta:

" ORDEM DE DESPACHO!

Meninas, estou extremamente arrasada em ter que escrever essa carta para vocês. Vocês sabem que eu gosto de vocês. Meu pai anda me ligando furioso pela falta de pagamento de vocês do condomínio e eu estou enrolando dizendo que irão pagar no "próximo mês". Eu entendo que as coisas estão muito difíceis pra vocês, principalmente Nathalie que tem uma filha linda, e filhos são as coisas que mais nos dão despesa. Consegui dá um abatimento de US$ 500,00 dólares por minha conta, então vai ficar 1.500 para vocês pagarem dos 4 meses atrasados até segunda-feira. Por favor meninas não me façam ter que pegar o apartamento de vocês, amo vocês morando aqui e amo nossos encontros na cobertura. Qualquer coisa podem me ligar!

Ass: Verônica Sarchie"

Assim que termino de ler não me surpreendo mas me preocupo, foram 4 meses atrasados e ela retirou esse mês de pura bondade dela. Não sei o que vou fazer...meu salário é comprometido com uma escolinha da Antonella e com as despesas de casa, sinceramente estou muito preocupada em como vou fazer isso. Entro em casa ainda olhando para aquela carta e escuto minha filha e Margie conversando:

O Sócio do Meu CEO ━ Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora