Lira criança.
Oito anos antes...
Lembro-me de um salão incrivelmente grande e lindo, era a minha casa, havia homens com terno e mulheres com vestidos cheios de pedrinhas brilhantes, eram umas pedrinhas de diversas cores, tocava umas músicas ao fundo, sons de violinos com diversas tonalidades, alguns sons de piano e acho que também violoncelo, ninguém parecia prestar atenção, só eu, eu adorava esses sons, lembro dessas mulheres e homens pegando algumas coisas de uma bandeja prateada que um homem de branco vinha trazer até eles.
-Scargot, mademoiselle? -O homem com a bandeja venho até mim e me ofereceu também.
-Quem? -Perguntei, não entendendo o que ele falou.
Então ele abaixou a bandeja até uma altura que eu pudesse ver, de um jeito a insinuar que ele estava me mostrando algo para comer, parecia que alguém tinha comido sardinha e vomitado naquelas cascas, que pareciam conchinhas do mar.
- São lesmas. -Um menino disse atrás de mim.
-Eca, acho que quero um cachorro-quente. -Falei para o homem com a bandeja.
-Não temos cachorro-quente aqui. -Ele me respondeu revirando os olhos e saindo.
Havia ficado sem entender por que o homem revirou o olhos daquela maneira, falei algo de errado? Pensei, quando vi que o menino ainda estava perto de mim, eu dei de ombros.
-Como pode uma festa dessas e eles não terem cachorro-quente?-O menino falou.
-Ei Erick, venha meu filho, nós já vamos embora. -Uma mulher chamou ele, acho que era sua mãe.
-já vou mamãe. -Ele diz.
O menino saiu correndo e foi até a sua mãe e pegou na mão dela, quando estavam indo para a porta, ele se virou para mim acenando com as mãos, e eu acenei também.
Vejo papai conversando com uns velhos e fui até lá.
-Papai, papai. -O chamava puxando seu paletó.
-Ei, onde está a educação que lhe dei, não está vendo que estou num assunto importante aqui?
-Desculpa papai. -Falei pra ele quase chorando.
-Por que não vai procurar sua mãe, onde ela esta afinal de contas?-Ele fala parecendo muito bravo.
Não entendia, porque papai estava bravo comigo, não entendia, porque tudo que eu fazia ou falava o deixava sempre tao irritado, sai correndo e fui procurar mamãe, até que a encontrei falando com outras mulheres.
-Mamãe, mamãe. -Chamei ela puxando o seu vestido.
-Ei Lira, estou conversando aqui, porque não vai procurar seu pai.
Lembro que sai do salão de festa e fui até o quarto de mamãe, na prateleira havia muitas maquiagens, colar de pérolas e um lindo batom vermelho, acho que se eu usar minha mãe vai falar comigo também, porque aquelas mulheres também usam e ela gosta tanto de falar com elas.
-Olha mamãe, eu estou bonita?
Acho que ela não gostou, ela parecia tao brava, igual papai, pegou a minha mão e pediu licença para aquelas senhoras que ela conversava, me levou até o corredor da nossa casa, só havia eu e ela.
-Mas o que é isso? Como pode me envergonhar assim na frente das minha amigas?
-Desculpe mamãe, eu só queria ficar bonita, pra senhora gostar de mim como gosta das suas amigas.
-Bonita? Você só tem 10 anos, agora está parecendo uma vadia, olha isso, tudo borrada, você está ridícula.
Eu não entendia o que era vadia, mas ela estava bem irritada comigo, pois ela me bateu tão forte em meu rosto, que me lembro até hoje como ardeu.
-Não bate nela.
Meu irmão chegou gritando e empurrou nossa mãe, que se desequilibrou e se pendeu até tocar a parede, sai correndo em direção ao meu quarto, por isso não sei o que aconteceu com o meu irmãozinho depois disso.
E ai meus lindos, confesso ser marinheira de primeira viagem aqui, então desculpe se acaso decepcionar já de primeira, espero não ser um fiasco, espero que alguém goste, pelo menos umzinho kkk, me ajude votando e comentando pra ver se eu continuo ou desanimo rsrsrs, suas opiniões são de extrema importância...até mais... beijos.
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O edifício
Mystery / ThrillerLira Symons e seu irmão Lorenzo são filhos de pais extremamente ricos, mas como dinheiro não traz felicidade, nem tudo é mar de rosas nessa família, e quando eles crescem não fica muito diferente de quando eram crianças. Um acidente faz com que su...