Capítulo 2:Não adianta chorar pelo leite derramado

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Lorenzo criança

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Lorenzo criança. 

 Oito anos atrás...

 Alguém batia a nossa porta, pela voz já sabia quem era, nossa empregada Dolores, ela era muito legal comigo e com minha irmãzinha, acho que ela tinha a mesma idade de nossa mãe, ela cuidava da gente como se fossemos os seus filhos, cuidados que mamãe e papai, quase nunca tinham com a gente, sempre pareciam ocupados demais. 

    -Ei, posso entrar? -Ela perguntava. 

 Então fui abrir a porta e como sempre ela estava com um copo de leite e rosquinhas de chocolate que eu amava. 

      -Sua mãe me mandou vim te aprontar para a festa, sua irmã já esta pronta. -Ela diz colocando a bandeja e o copo em cima do criado mudo. 

    -Eu já sei me arrumar sozinho, já tenho 12 anos. -Digo comendo uma rosquinha. 

     -E tenta dizer isso pra sua mãe. -Ela diz enquanto abre a porta do guarda-roupa.

 Uns vinte minutinhos depois finalmente eu estava pronto para mais uma festa chata, cheias de pessoas mais chatas ainda, com muita música, adivinha o quê? Isso mesmo..."Supermegahíper"chata, estava vestido como um adulto e sendo tratado como um bebê, isso não faz sentido faz? 

     -Deixe me ver como meu filho está elegante pra hoje. -Diz minha mãe entrando no meu quarto. 

      -Lindo como sempre senhora. -Respondeu a nossa empregada.

      -Lindo? Eu o quero impecável, perfeito. -Minha mãe fala me virando de costas e logo depois de frente novamente.

  Peguei o copo de leite para beber mais um gole, quando sem querer o copo escorregou da minha mão derramando por toda minha roupa. 

        -Como você consegue ser tão desajeitado Lorenzo Symons? Como vou apresentar um filho meu assim?-Minha mãe falou parecendo muito brava comigo. 

        -Eu coloco outra roupa nele senhora, rapidinho. -Disse a nossa empregada.

        -Não é necessário, ele não vai mais, para aprender a ter mais cuidados da próxima vez, você vai ficar nesse quarto, entendeu? -Ela respondeu zangada.

        -Mas mamãe!- Tentei argumentar. 

 Ela deu meia volta e saiu do quarto, sem nada responder, mas não fiquei triste, afinal de contas não estava querendo ir até essa festa mesmo.

   Fiquei no meu quarto metade da noite, mas podia ouvir aquelas músicas mesmo estando longe da festa, quando ouvi uma voz vinda do corredor, era mamãe gritando com alguém, sim, brigando com minha irmãzinha e fiquei com a porta semi-aberta, olhando de canto e ouvindo tudo. 

    Quando a vi dando uma bofetada na minha minha irmãzinha que era mais nova que eu, fiquei muito bravo e fui para o corredor, tinha que a defender, empurrei minha mãe com todas minhas forças, enquanto Lira corria para o quarto dela chorando muito. 

         -Eu não criei filho pra isso, quando essa festa acabar, você vai si ver com seu pai,entendeu? -Minha mãe diz me puxando com muita força pelo  braço. 

          -Desculpa, entendi, não conta pro papai. -Implorei.

 Mas ela não me respondeu, só continuou me puxando até o meu quarto e trancou a porta.


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