Capítulo 19:Disfarçando as evidências

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Tais criança...

Oito anos atrás...

Existe aqueles que matam um leão por dia, minha mamãe sempre dizia que nós matávamos um rato por dia, acho que ela esquecia de mencionar as baratas, isso é o que dá, sermos tão pobres e ter que morar num cubículo minusculo e caindo aos pedaços, uma criança de dez anos ter que viver assim, não é mole.

Mamãe fazia bolos e salgados em casa e meu pai era do exército, eu o via a cada seis meses, eu estudava de manhã, odiava a escola, não tinha amigos, era um bulling atrás do outro, eu sou uma boa garotinha, sempre tento ser legal com todo mundo, mas acho que o mundo não quer ser legal comigo, arg, aquelas patricinhas metidinhas, será que eu seria uma menininha má, se eu desejasse que elas fossem comidas por um urso?

-Oi mamãe, o que tem para o almoço?-Perguntei me sentando a mesa.

-Como sempre "Arroz A La ovos".-"Minha mãe disse se vangloriando.

-Ah...ovo de novo mamãe?-Reclamei.

-Sinto muito Tata, mas os bolos não tão rendendo tanto quanto antes.

-Eu odeio essa vida.-Digo me levantando emburrada e indo para fora.

Fiquei sentada nos degraus da pequena escadaria, quando eu vi um pequeno caminhão parar na casa ao lado, desceu uma mulher com um garoto do meu tamanho, acho que seriam meus novos vizinhos.

-Oi, qual seu nome?-O garoto chegou até mim e perguntou.

-Sou a Tais .-Digo -E você?-Continuo.

-Sou o Erick...hum...quer brincar?-Ele me convida.

-Quero sim.-Eu aceito o convite dele.

Eu e Erick ficamos muito amigos, na verdade ele era meu único amigo, ele começou a estudar na mesma escolinha que eu, a mãe dele começou a ir fazer faculdade, como ela não tinha onde deixa-lo depois da escola, pediu para minha mãe para ele ficar em casa, isso era legal, pois sempre brincávamos.

Tais adolescente...

Seis anos atrás...

Eu e Erick agora ambos com 16 anos, somos bem mais que amigos, como eu sou apaixonada por ele, e sei que ele também é por mim, ele é tudo para mim, ele foi tudo para mim esse tempo todo, sempre me tratou bem, quando todos me desprezavam, ele é meu e só meu, de mais ninguém.

Hoje Erick não foi no colégio, então quando cheguei fui bater na casa dele, toquei a companhia mais ninguém atendeu, tentei ligar mais ele não atendia, então desisti fui para casa e quando entro no meu quarto o vejo sentado entre o chão e a cama, parecia não estar nada bem.

-Erick?-Estranho a presença dele, mais ainda daquele jeito no chão, suando e se contorcendo.

-Tais, eu não estou bem. Ele me responde vagarosamente.

-O que você tem?-Pergunto correndo até ele.-Você está pelando de febre.-Digo tocando sua testa.

-Eu não sei, eu acordei assim, esperei minha mãe sair e vim aqui, meu corpo todo esta doendo, me ajuda.

-Vou chamar uma ambulância.-Digo.

-Não, por favor ambulância não.-Ele se recusa.

-Esta bem, vou pegar um pano e água pra tentarmos abaixar essa febre então. 

Fui pra cozinha e eu podia ouvir Erick começar a gritar como se estivesse sentindo extremas dores, o que eu faço?Eu não tinha a menor ideia do que fazer, voltei com o pano e a água e comecei a passar o pano sobre sua testa e pelo corpo dele, ele acabou desmaiando, algum tempo depois sua febre cessou finalmente.

Oito anos depois ...

Sou de maior de idade, eu e Erick ainda estamos namorando, eu comecei a faculdade, mas ele não quer fazer, a mãe dele nem desconfia disso, ela queria que ele fizesse medicina, mas ele diz que não nasceu para isso.

Não tinha aula então fiquei em casa, já era noite, quando a força acabou, droga de casa velha, não era a primeira vez que isso acontecia, eu estava procurando uma lanterna quando ouvi barulho de janela se estilhaçando, parecia que vinha do meu quintal, consegui achar a tal lanterna e fui verificar, minha janela parecia intacta,mas vi que tinha algo lá fora que parecia me fitar, mas não conseguir identificar, pois estava um verdadeiro breu, mas não parecia ser um  humano.

-Quem ta ai? -Perguntei mas só ouvi silêncio.

Aquele ser começou a vim em minha direção, que droga, a lanterna apagou, eu até tentei correr, mas senti uma fisgada de unha rasgando as minhas costas.

Acordei no hospital, Erick estava do lado da cama.

-Oi.-Ele me cumprimenta.

-Oi-Respondi.

-O que houve? -Ele me pergunta.

-Eu não sei,alguém me atacou, quer dizer na verdade acho que era alguma coisa.-Revelei.

-Hum?Como assim alguma coisa

-Não sei explicar pelo jeito que se mexia  com a cabeça  como se quisesse sentir um cheiro de algo especifico, estava escuro  e a bendita da lanterna ainda falhou.

- Que importa é que esta bem agora. - Dito isso ele se aproxima e ponhe sua mão sobre a minha.

Ele ficou comigo durante a semana inteira que continuei internada.

Depois que retornei para minha velha casa, velha literalmente, eu me sentia estranha, com altas febres, as minha feridas pareciam queimar.

Eu sentia fome mais nada que eu comia, parecia matar minha fome.

-Ei filha já está com fome de novo?-Minha mãe me questiona quando me pega no fraga assaltando a geladeira.

-Sim,o que tem demais, me deixa em paz.- Grito me virando para ela.

-Ai meu Deus filha o que você está fazendo?-Ela me indaga com os olhos arregalados

.-Comendo um pedaço de carne oras, algum problema? 

-Mas filha, carne crua?-Ela se afasta parece estar com medo de mim.

-Sim,é a unica coisa que consegue matar um pouco minha fome.-Digo estressada.-porque esta com medo de mim digo me aproximando dela. 

-Isso não é normal filha, vem vou te levar para o médico   -Ela diz me pegando pelo braço.

-Não, você não vai. -Digo a derrubando no chão e lhe atacando, ferindo sua pele com minha mandíbula, algum segundo depois eu parei  percebendo o que eu havia acabado de fazer, o que foi que eu fiz? Eu a matei.

-Mãe, mamãe.-Eu lamento e choro chacoalhando seu corpo mole.

Era inútil ela já estava sem vida e havia muito sangue espalhado pelo chão todo e em mim também.

Fui para o quintal de traz e a enterrei, espero que ninguém me veja, eu não queria mata-la, eu a amo, mas não consegui me controlar, o que esta acontecendo comigo?Limpei todo o chão com água sanitária e depois tomei um banho para me limpar e lavar a roupas sujas de sangue.

Se Erick Saber...ele vai me rejeitar, ele é tudo o que eu tenho agora, não posso perde-lo.

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