Capítulo 55: Depois do pôr do sol

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Lira...

Me dirigi para o hospital, subi no terraço e mandei mensagem para Erick me encontrar lá.

Estava tão distraída com o lindo pôr- do-sol enquanto aguardava que não percebi a aproximação dele até senti-lo passar suas mãos por minha cintura me abraçando por traz me pressionando para si.

-Você fica ainda mais perfeita com esse cabelo esvoaçando! - Aproxima seu rosto no meu pescoço e sussurra no meu ouvido.

Fecho meus olhos por alguns segundos curtindo o momento, estava quase me arrependendo de começar aquela conversa com ele.

-Por que estou sentindo que algo está te incomodando? -Ele adivinha, acho que ele me conhece melhor do que eu mesma.

- Por que tem. -Afirmo, me virando de frente para ele.

-O que te incomoda, Lira?

-Por que você não mencionou que aquele edifício é do seu bisavô?

-Eu não sabia... bom... você sabe que eu não me recordo de muitas coisas. -Ele me lembra.

-Tem mais uma coisa. -Acrescento.

-O que?

-Vão demoli-lo daqui a duas semanas.

- Onde está tentando chegar com essa história, Lira?

-Eu sonhei com seu bisavô na noite passada e no sonho ele me disse que a solução para os meus problemas estão onde começou... o edifício.

-E?

-E... e eu vou lá procurar respostas antes que elas sejam destruídas junto com ele.

-Não, você não vai, é muito perigoso, você quase morreu, eu não vou deixar.

-Você não pode me impedir, Erick.

-Por favor, eu não posso te perder também, Lira.

-Olha... eu odeio aquele lugar, você nem imagina o quanto, mas se de alguma forma ajudar o meu irmão e você, eu tenho que tentar.

-Me ajudar com o quê? A despertar do coma? E depois? Já sei. Você me dando comida na boca como um bebê e me banhando com um balde e uma bucha úmida enquanto eu continuo criando raízes em uma maldita cama.

-Você só está com medo, mas...

-Tem razão, senhorita sabe-tudo. Estou!

Eu o abracei forte envolvendo meus braços ao seu redor, mas ele não retribuiu, ao invés disso colocou suas mãos em meu ombro me afastando sem nada a dizer, fazendo um gesto com a cabeça de negação como se estivesse decepcionado comigo e saiu, enquanto ele andava, eu disse em voz alta.

-Erick... Eu também te amo! -Ele parou.

-Então não vai. -Me pede, ainda de costas.

-Eu preciso, ainda tem o Enzo. -Digo, ele volta a andar e saindo do terraço.

Eu estava incerta do que ia fazer, e certa de que era perigoso, coisas ruins acontecia naquele edifício, mas se havia alguma chance dele ser a solução, eu tinha quer ir atrás.

Comentei com Mayra que insistiu em me acompanhar.

-Você não acha que exagerou um pouquinho, May? -Aponto para a mochila de camping que ela ajeitava em cima do sofá.

-Lógico que nao amiga, uma prevenida vale por duas. -Diz tentando erguer a mochila que ficou visivelmente pesada. -É ... acho que dei uma leve exagerada. - Bufa frustrada.

O edifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora