Capítulo 58: "O Olho que tudo vê"

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                  Lira...

Corro até Jace, me agachando do seu lado, medindo a pulsação do pescoço e constatando que ele estava vivo, porém totalmente inconsciente, seus braços amarrados com uma corda à grade da cama de ferro e sua boca amordaçada.

-O que fizeram com você!? - Digo retirando a mordaça, sinto meu coração apertado por vê-lo assim. -Acorda, vamos meu amigo, acorde. - Tento desperta-lo, enquanto David tenta desatar as amarras.

-Lira? - Recobrava a consciência aos poucos se direcionando para mim com os olhos visivelmente incomodados pela forte luz da lanterna. -É você?

-Sim, sou eu.

Com Jace enfim desamarrado, David o ajuda a se levantar.

-Acha que pode andar, cara? - Pergunta.

-Acho que sim. -Sua resposta foi duvidosa, era evidente a força que fazia para se manter em pé.

Saímos daquele subsolo e do interior do edifício.

-O que houve com ele? -Mayra, desencostou da viatura dirigindo se até nós.

-O encontramos amarrado no subsolo. -A respondo.

-May... Você... está viva? - Diz, muito sonolento.

-Estou! Estou sim.

- Ele não está em condição nenhuma de dar depoimento. -Digo ao policial. -Não dá pra marcar outro dia pra ele depôr?

-Tá na cara que ele está drogado. - O tal do William se intromete. -Esse tipo eu conheço bem. - Continua.

-Ele não usa drogas. -Afirmo, e o encaro indignada com a insinuação dele.

-Confessem logo, o que rolou aqui, em? Drogas e bebidas? alguém ficou animado demais e achou que armas são brinquedos.

- Vai... se... ferrar. -Jace pronunciava, meio grogue. -Seu fi...

-Não. deixa pra para lá, Jace. -Impeço que o mesmo continue.

-Deixa ele continuar, vou adorar botar uma algema nele, todo arrogante e só mais um bosta na sociedade.

-Ei, isso é abuso de autoridade. -Mayra, Diz.

-Sério loirinha!? É a palavra de um bando de invasores delinquentes contra duas autoridades. Em quem você acha que vão acreditar?

-Vamos levar seu amigo para o hospital e depois vamos a delegacia para pegar os depoimentos de vocês três. -Disse Afonso.

David o levou até o carro ajudando a entrar na parte traseira, parecia que ele ia desmaiar a qualquer momento.

-Hospital não. -Jace me olha como se implorasse. - Me levem pra casa, por favor.

-Não disse. Aposto que já está com ideia de fugir. -Diz, William.

-Tenente William, cala a boca, sim? -Afonso diz, incomodado. - Desculpem meu parceiro, ele ficou sem a rosquinha dele hoje. Ok, levamos ele pra casa. - Concorda.

Jace e eu fomos na Land Rover de David, Mayra foi no carro dos policias nos seguindo até a casa do moreno.

-Como ele está? - O David pergunta, enquanto dirige.

-Acabou dormindo. -Avisei, verificando que o moreno se encontrava de olhos fechados e com a cabeça encostada na janela do carro. -Ainda acho que ele deveria ir pro hospital. -Continuo, preocupada, notando que ele estava pálido e aparentando fraqueza.

- Eu acho melhor não. Hospitais, cemitérios e Jace, são como água e óleo, não se misturam.

-Mas ele entrou no hospital pra me ver a pouco tempo atrás.

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