Capítulo 11:Nem tão livre assim

229 90 345
                                    

-Pára, me solta, me solta ou vou gritar. -Eu me debatia tentando fazer ele me soltar.

-Parar? Para que parar agora, você deve ser muito gostosa, quem é Enzo em? Seu namorado? Eu posso ser seu novo namorado. -O rapaz me fala me segurando pelos braços com extrema força.

Não, infelizmente não era meu irmão mas sim um cara nojento, que acho que estava bêbado, ele me empurrou, acabei me desequilibrando e caindo, e ele venho em cima de mim, tentando puxar minhas calças as forças.

-Larga ela seu desgraçado, ouvi uma uma voz dizer e bater na cabeça dele com um pedaço de madeira fazendo ele cair no chão inconsciente.

- Lorenzo? É você? -Fiquei aliviada e feliz.

-Li? Minha irmã? Ele questiona meio confuso e me ajudou a levantar.

Eu o abracei o mais forte que podia, era tão bom encontra-lo, mas ele parecia distante e pior, estava desleixado com as roupas um poucos sujas e abarrotadas e com um pouco de odor desagradável, seus olhos estava meios avermelhados e fundos, parecia que ele não havia dormido ultimamente.

-Desculpa por ter sumido, desculpa por ter te deixado.

-Não tem que pedir desculpa, o importante que te achei, finalmente te achei, vem vamos para casa, tá legal?

-Casa? -Ele faz um cara de quem não gostou da ideia.

-Sim, o nosso dinheiro já ta na nossa conta e ja comprei uma casa para nós.

-Eu não vou, eu não quero ir.

-Você vai sim, olha pra você...deve estar morando nas ruas.

-Me solta Li, já disse que não quero ir, porra. -Ele altera sua voz erguendo sua mão pra me dar um tapa.

-Enzo.-Gritei colocando minha mão tampando meu rosto pra me defender.

Mas graças a Deus, ele pára e as abaixa novamente.

-Li,me desculpa,eu...Ai meu Deus eu quase te bati, me desculpa. -Ele diz e cai de joelhos no chão.

-Vai ficar tudo bem, eu vou ajudar você. -Digo me ajoelhando perto dele e o abraçando.

Logo depois me levantei o ajudando a se levantar também e fomos para minha casa, nossa nova casa, não sei o que houve com ele, mas eu sabia... agora era minha vez de cuidar dele, levei o para o quarto e lhe mostrei o banheiro pra ele se lavar, enquanto isso fui preparar algo pra ele comer, quando retornei para o quarto ele estava no chão sentado ainda sujo e com uma seringa inserindo algo em seu braço.

-O que é isso. -Peguntei colocando a bandeja sobre uma escrivaninha e indo até ele.

-Nada, isso não é nada, me deixa em paz. -Ele me pede, parece transtornado.

-É droga Lorenzo Symons? Por isso você desapareceu, não foi? -Dizendo isso, me abaixei perto dele tentando inspecionar os seus bolsos na tentativa de encontrar algo mais.

-Pára,não tem nada aqui. -Ele diz me empurrando.

-Chega... você vai tomar banho agora, Pára de ser criança. -Digo puxando-o pelo braço.

-Não, eu não vou,esta frio papai,por favor pára papai.-Ele disse chorando feito realmente como uma criança assustada.

-Ei meu irmão olha para mim, sou eu, sua irmã, nosso pai não está aqui, ele não pode te fazer mal, está me ouvindo? -Disse se aproximando de novo dele e pegando na sua mão e levando até a porta do banheiro.

Ele entrou, enquanto isso estava pegando umas roupas para ele, mas percebi que não ligava o chuveiro,ao invés de som da água caindo, ouvi barulho de espelho se quebrando, e abri a porta de imediato para ver o que ele estava fazendo.

-Ei, pára com isso. -Digo entrando e vendo o espelho quebrado na pia e ele sentado no chão com as mãos ensaguentada sobre cabeça lamentando.

Estava muito difícil lidar com ele, mas não podia desistir, era minha função cuidar dele agora, varri os cacos, levantei é liguei o chuveiro e o banhei como se ele fosse uma criança e eu sua mãe, quando ele estava sem a camiseta avistei sua costa cheia de cicatrizes, o que fizeram com ele, eu achava que eu que precisava dele lá no orfanato, mas a verdade acho que ele estava precisando de mim esse tempo todo, depois de limpo, ele acabou pegando no sono e dormindo finalmente.

já era de noite, estava exausta, eu ia dormir também, mas antes levei as roupas sujas para jogar fora, estavam rasgadas e no bolso havia um saquinho com um pó branco junto com uns comprimidos e um vidro com um líquido esbranquiçado, joguei tudo no lixo, e fui dormir também.

O edifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora