Capítulo 57: Sonho ou realidade?

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Lira...

Uma luz intensa irritava meus olhos, enquanto abria-os lentamente.

- Enzo! - Abri um largo sorriso, sentia algumas lágrimas escorrerem por meu rosto. - Eu senti tanta sua falta...

- Minha falta? -Seu olhar era confuso, mas ele deu de ombro, me deu um abraço forte. -Eu que senti sua, cinco meses pereceram uma eternidade.

-Como assim cinco meses?

-Li!- Meu irmão me solta, se afastando.   -Você ficou em coma por cinco meses. O carro capotou quando estávamos voltando pra casa, do acampamento.

-Eu me lembro do acidente, mas é você que estava em coma.

Uma médica entrou no quarto e meu irmão lhe contou que eu não estava falando coisa com coisa, ela  disse que era perfeitamente normal eu estar confusa pelo tempo que fiquei em coma. me avaliou, anotou algo em uma prancheta e se retirou e já ouvia barulhos vindo do corredor e a porta ser aberta

-Ei, veja. Seus amigos vieram te ver. - Vejo May entrando junto com David, e Jace entrando logo atrás, ambos esbanjando uma enorme felicidade ao me ver.

-Vocês não são reais, saiam daqui, saiam.

-Minha irmã está meio confusa, desculpem, se puderem dar um tempinho pra ela. -Enzo pede e eles saem com expressões confusas. -Li... por que falou desse jeito com eles?

-Eles não são reais, eu sei que meus amigos continuam presos naquele maldito edifício... temos que ajuda-los.

Então comecei a contar tudo pra eles desde o acidente na primeira noite até quando inventei de entrar no edifício e o avistei no carro.

-Isso tudo que me contou... é meio... bizarro?! -Era visível sua descrença na minha história.

O pior de tudo que ele estava certo, se fosse parar para pensar era tudo surreal, um cara que só eu via, uma garota com olhos completamente negros, um prédio sem saída.

-Acho que você tem razão. -Admito.

-É... eu tenho sim. -Abriu um sorriso convencido e depositou um beijo na lateral da minha cabeça. - Eu tenho que conversar com sua médica. -Diz pulando  do leito. - Já volto!

Enquanto aguardava meu irmão voltar, decidi me alimentar, estava faminta peguei a bandeja com o almoço, comi a primeira colherada, a segunda, mas na terceira, notei algo se mexendo, olhando mais de perto vi que havia pequenas larvas andando e direcionei os olhos para a bandeja e a comida estava cheia delas.

-AAAA- Gritei, deixando a mesma cair no chão. me deu uma vontade enorme de vomitar, me inclinei para baixo, numa tentativa de regurgitar o pouco que eu comi. 

-Você mentiu. -Uma voz irada me chama atenção e ergo minha cabeça . -Você disse que ia voltar, por que não voltou, Lira? -Era o David com suas vestes ensanguentadas e conforme se aproximava de mim deixava uma poça de sangue que parecia sair da ferida em sua coxa.

-E-Eu n-não pude.

-Lira! - Uma outra voz surge, era Jace, com um buraco enorme no peito que se dava para enxergar o outro lado e em uma das mãos ele segurava um coração. -Você nos abandonou!

-Eu não abandonei ninguém. -O desespero tomava conta de mim.

-Achei que éramos melhores amigas! -Mayra surgia atrás de mim com sangue que escorria de seus olhos.

-Que coisa feia! -Jaqueline diz, havia um buraco de tiro na cabeça. -Você foi uma vadia pior do que eu. -Continua.

-Isso não é real!

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