Capítulo 26: Surpresa!

123 44 172
                                    

Tais...

A cada tempo que passa, fica mais difícil  lidar com essas mudanças, ter matado minha própria mãe e a enterrado no quintal, são cenas que se repete em meus sonhos todas as noites, acho que isso deve se chamar peso na consciência, ou qualquer merda desse tipo, eu tinha um medo muito grande de que Erick me deixasse, mas ele nunca me abandonou, e também, nem poderia, afinal, somos iguais agora, graças ao pai dele que me atacou, na tentativa de acabar com minha vida, no começo achei que tinha sido ele o próprio Erick, mas o pai, o desgraçado me confessou na cara de pau que fora ele próprio que me atacara e não o seu filho. Sua intençao? Se redimir  livrando-o de frutas podres como eu, isso vindo da "cobra & maçã" do tempo de Eva e Adão em pessoa, me soava como elogio.

Erick não sabe, assim espero, mas a morte em minhas costas... não ficaram somente da minha mãe, outras foram surgindo no caminho, eu não podia me controlar, parecia que seus lábios imploravam por um " mate-me", ou, talvez eles implorassem por ajuda mesmo, isso não é importante, foram tantas que eu havia parado de contar.

Eu escondia isso o máximo que eu podia de Erick, um dia ele chegou com mancha de sangue em suas roupas, não falava coisa com coisa, me preocupei quando avistei um buraco em sua camisa, parecia de tiro, porém não havia nenhum ferimento aparente, com isso acabei descobrimos que nos cicatrizamos em um piscar de olhos, era o máximo, imortais e perigos... o mundo não era páreo para nós dois, ambos não nos importávamos mais com nada, sentimos raiva e ódio, mas medo, misericordia e remorso, eram palavras extintas completamente do nosso novo modo de vida, porém ele  ainda amava a sua mãe e não queria acabar matando-a, que fraco mesmo, eu não tinha mais pelo que me preoculpar.

Erick resolveu que devíamos nos mudar dali, eu não estava muito afim, mas o amo e não poderia abandona- lo, pois ele mesmo não havia me abandonado, o problema é que nem eu e nem ele tínhamos alguma idéia de onde ir, na verdade eu tinha uma leve impressão que a  "lâmpada da idéia" se acendeu acima de sua cabeça, algo  surgia, uma foto de um velho, ele a fitava confuso.

"É o meu bisavô de 130 anos", essa foi a frase que soou de seu lábios, e lá se vai a "lâmpada da idéia"que se acendera. Onde iriamos viver? Em um cemitério? Pra lá só ia os mortos, provavelmente aqueles que escodiamos em matas fechadas  e florestas, pois um dia ou outro,  acabariam sendo encontrados, porém acho que nunca foram encontrados, o que era estranho, nenhuma notícia no jornal de corpos encontrados ou pessoas desaparecidas, vamos convir que a mídia jamais deixaria passar uma coisa assim, são todos uns verdadeiros urubus esperando para se deliciar com a  próxima carcaça  encontrada no chão.

O motorista parou o veículo, rente a uma espécie de edifício, já de cara dava pra perceber que aquele lugar já estava abandonado a anos, deve ter furado algum pneu ou algo assim, porém o motorista perguntou sobre o tal endereço ser ali mesmo e Erick confirmou que sim, achei que passaríamos no cemitério visitar o túmulo do tal bisavô que ele mencionou, mas aquilo não era o cemitério, porém não duvidaria se encontrassemos alguns mortos por aqui, e...sabe a tal lâmpada que mencionei, queimou de vez... Erick só pode ter enlouquecido, acho que nem mesmo um assassino  ou psicopata que se preze traria suas vítimas num lugar em ruínas como este, provavelmente os ratos já fizeram as malas faz tempo, e acho que se mudaram lá pra casa onde eu morava a alguns minutos atrás.

Alguém apareceu na porta, velho e nariz em pé, espera...parece o mesmo cara da foto que Erick estava no bolso,  impossível, lembro dele ter mencionado algo de ser o bisavô de 130 anos, ser for ele... Parece que então já encontramos nosso primeiro morto aqui. Eu não falei sério quando disse que não duvidaria nada se encontrassemos alguns mortos por aqui, eu estava só brincando.

Realmente não fui com a cara desse velho, ele parece ser arrogante, prepotente, e ainda não consegue nem acertar o meu nome, mas Erick parece confiar nele, e eu confio no Erick.

O edifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora