O edifício

Capítulo 43: Sangue e maçã do amor

Era um papel pardo e de aparência antiga, parecia que vinha do século 19, isso era legal, hoje em dia ninguém mais escreve cartas.

Para minha dama de ferro.

Eu pertenço a você e sempre pertenci. Pertenço a você de corpo alma e mente, e não importa o que aconteça eu continuarei te pertencendo, de alguma forma sei que estamos destinados se você olhar no céu agora vai ver que isso está escrito nas estrelas. Provavelmente não conseguiria essa frase pessoalmente, então eu decidi escrever.

Eu te amo Lira Symons 

Assinado o garotinho do cachorro-quente.

— Não vai verificar as estrelas? Está uma noite linda. —Essa fala saia dos lábios de Erick que apareceu na minha varanda. —Vem vamos dar uma volta. —Ele me chama e começamos a caminhar.

A rua estava calma,  sem barulhos de veículos, estava um clima aconchegante, nem muito frio, nem muito calor e o céu estava estrelado.

Erick estava aproximando seu rosto no meu, pronto pra me beijar, quando me afastei repentinamente. Pois me bateu um arrepio e uma sensação de frio na espinha.

—O que Foi? —Ele arregala os olhos e me pergunta ao ver que mudei minha expressão. 

—Esfriou de repente né? —Respondo realmente sentindo muito frio, esfregando meus braços afim de me esquentar.

—Verdade. —Ele percebe e tira o seu casaco. —Aqui está. —Ele diz o colocando em mim. —Ao menos um problema, foi resolvido. 

-—Desculpa pelo o que minha mãe fez com a sua família.

—Ei Li , o meu pai era bem grandinho pra saber o que estava fazendo, não é culpa de ninguém,  muito menos sua. E você não é egoísta. Ignora o que a Tais te disse ela só estava te provocando. —Ele diz e eu aceno com a cabeça que entendia.

-—Boa noite lindo casal. —Disse uma pequena garotinha de vestidinho vermelho vibrante e cabelos loiros cacheados. —Comprem uma maçã do amor e ganhe uma leitura de mão.

-—Veja só, temos uma pequena cigana aqui. Vai Erick é só uma criança não seja pão duro.

-—Ok ok, me vê  uma, mas dispenso a leitura, eu faço meu próprio destino. —Ele diz enquanto tira o dinheiro do bolso da calça.

—Erick?! —O Repreendo. — Eu deixo você ler a minha.  —Me direciono para a garotinha lhe estendendo a minha mão.

A garotinha pega o Dinheiro da mão do Erick e em seguida lhe entrega a maçã e depois toca na palma da minha mão passando o indicador por entre a linhas que ali estão.

 — Eu vejo amor,  sorrisos.

—Viu rabugento,  nada demais. —Digo para ele e o mesmo revira os olhos.

 -—Mas Eu vejo sangue e morte também.  —isso realmente me arrepiou.

—Ei  garotinha… já tá bom,  já cumpriu seu papel aqui. —Erick se enfurece.

—Deveria tomar cuidado pra não machucar as pessoas que você ama,  Erick. — A garotinha fala para ele e continua andando, oferecendo maçãs para outras pessoas que passavam pela rua.

—Garotinha estranha , eu em. —Erick fica com uma expressão tensa.

—Relaxa,  é só uma criança se divertindo, —Digo entrelaçando meu braço no dele e continuamos caminhando. —Uma maçã do amor, nobre cavaleiro? —Digo, sendo irônica e dou uma mordida na mesma e lhe ofereço.