Capítulo 49: Sono profundo

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Lira...

"Acorde, acorde, acorde eu preciso de você, acorde agora", através dessa voz desesperada e masculina eu me despertava muito sonolenta, meu pescoço doía e estava totalmente desconfortável naquele banco do carro, afastei minha cabeça do vidro e num tom de raiva vistoriei meu irmão que parecia muito atento na direção:

- Que foi? Por que tá me acordando Lorenzo? Que droga!

- Ta louca? Não estou te chamando Lira.

-Sei... Quem não te conhece que te compre, maninho.

- Juro... Você deve ter sonhado ou algo assim, volta a dormir vai.

- É talvez sonhei mesmo. -Então decidi voltar a dormir, pois ainda estava morta de sono e o tempo chuvoso aumentava mais ainda minha vontade de dormir.

Encostei meu rosto na janela do carro novamente e quando ia fechando minhas pálpebras, vi O edifício, sim, esse mesmo que voces estao pensando, ele me traz uma dor e uma tristeza enorme, abandonado, inacabado, até onde meu olhos pode acompanhar ele era gigante e na horizontal todo de foma retangular, um enorme e estranho quadro de concreto com janelas fechadas, exceto uma que estava aberta, a ultima na ultima fileira, dessa, surgia uma luz, algo parecido como quando a luz do sol é refletida por vários cristais.

- BOO! - senti a mão do meu irmão na minha costa me fazendo pular de susto.

- Nossa cara, você ama me assustar, né?

-Calma maninha, relaxa você anda muito assustada ultimamente.

-Te odeio sabia? E presta atenção na droga da estrada.

-Te amo sabia? E estou prestando muita atenção na estrada... mas o que estava olhando tão atenta lá atraz?

-Nada demais, bobagem, deixa pra la. Ainda falta muito pra chegarmos em casa?

- Uns 10 km, por que? Está com pressa de chegar?

Lorenzo então acelera mais o seu Ford Mustang preto, o velocímetro marcava a velocidade de 180 km por hora e sei que se ele quisesse poderia faze-lo correr muito mais.

-Pára agora com isso Enzo, diminui, diminui.

- Relaxa irmãzinha.

-Diminui essa merda agora...

Eu ouvi um grande estouro, e tudo rodava rápido, não conseguia gritar, tudo ficou embaçado, ouvia meu irmão gritar, uma dor insuportavel me invadia e minha visao escureceu.

"Acode, acorde, acorde eu preciso de você, acorde agora", isso ecoava irritantemente na minha cabeça, tudo estava escuro e barulhento minha pálpebras pareciam coladas, mas enquanto eu a abria lentamente, uma luz branca ia entrando por meus olhos tao intensamente e isso irritava-os, aos poucos minha visão desembaçava e estava onde parecia um quarto com teto e paredes totalmente brancos, um quarto frio com cheiro de álcool e vazio, um forte bipe soava de uma maquina que parecia medir minha frequência cardíaca, me sentia zonza, enjoada talvez fosse por causa daquela mangueira que parecia sair da minha narina.

- Vou chamar o doutor, não se mexa. - Dizia uma mulher de vestimenta branca que entrou no meu quarto.

Um homem com o mesmo tipo de vestimentas adentrou o quarto também.

O edifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora