Capítulo 38: Tal pai, tal filho.

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Lira...

-Tudo bem, já vi que não dá para te esconder nada mesmo né amiga? Eu sei que não existe nenhuma chance de você gostar do Jace, por que está na cara que você está apaixonada pelo prisioneiro da bruxa de Blair, mas fiquei com medo dele se apaixonar por você. -Confessa Mayra meio cabisbaixa.

- Sem chance, ele ainda é apaixonado por você. -A informo. -E pelo que vejo você também é por ele, mesmo que fique poluindo a imagem dele, tipo dizendo que ele é encrenca, insinuando coisas sobre o pai dele. -Acrescento.

-Eu sei não faço por mal é só pra assustar as garotas de perto dele.

- Aí depois quer me jogar para cima dele dizendo que ele fica de olho em mim?

-É complicado... ele decidiu se afastar de Deus e o mundo, do meu primo e depois de mim. -Mayra se lamenta. -Agora que vejo ele se socializando com alguém depois de muito tempo, eu prefiro que seja você a ajudá-lo do que alguma vadia por ai, se for pra alguém ficar com ele que seja você. -Ela completa.

-E... é... ele sempre teve pesadelos a noite quando come demais? -Perguntei meio sem jeito.

-Espera...você vem com essa história de que ele ainda é afim de mim e eu dele. É só fachada, confessa logo, vocês já dormiram juntos não foi? -Ela insinua enciumada.

- O que? Lógico que não, somos só amigos. -Digo tentando me defender de sua insinuação sem fundamento.

- Claro, antes não dava nem pra se dizer que eram amigos direito, foi só uma carona, eu estava atrasada você disse, agora sim são amigos?-Se enfurece.

-Eu juro por meu irmão que não tivemos nada a não ser amizade, eu fui saber se ele tinha sido expulso, fomos assistir uma série, ele acabou apagando e começou ter pesadelos e disse que isso sempre acontece quando ele come a noite, como você mesma disse eu só quero ajudá-lo.

-Não sei, a gente não chegou na parte de dormir na mesma casa. -Mayra revela.

- Tá brincando né? -Perguntei estranhando sua revelação.

-Não, ele nem apresentou os pais. -Ela me informa.

-Hum? -Pensei, que espécie de namoro era esse?

-Posso participar da conversa meninas? Afinal de contas parece muito interessante, mais do que minha aula. -O nosso professor se aproxima e diz com uma das sobrancelhas arqueada.

-Perdão professor. -Me desculpo com certa vergonha.

- Foi mal. -Mayra se desculpa também.

Dias depois...

Havia se passado quatro dias desde o dia que Jace levou aquela suspensão, o estranho é que ele havia dito que era três dias, fui confirmar com a diretoria e ela disse que era realmente só três. Quando acabou minhas aulas fui embora, mas antes passei na casa dele pra saber se estava tudo bem, porém bati, toquei a campainha e nada, a tia dele talvez ainda estivesse em viagem, mas e ele? Onde está ele? Porque faltou? Quando resolvi continuar seguindo pra minha casa eu vi a cortina das janelas que acho que era de seu quarto se fecharem, supondo que uma cortina não se fecha sozinha, só poderia ser ele, mas porque está me ignorando?

No dia seguinte havia acabado de chegar na faculdade, quando avistei a moto de jace se aproximando e fui tirar satisfação do porque ele havia me ignorado no dia anterior. Quando ele tirou o seu capacete avistei que em seu rosto estava com hematomas e um corte nos lábios.

-Você brigou de novo Jace? Não acredito nisso.

-Tinha que ver como ficou o outro cara. -Ele brinca.

Ele desceu da moto com dificuldade e ajeitava a mochila na costa parecendo que tinha sido atropelado por um caminhão.

-O outro cara? É melhor nem imaginar, se você já está só os cacos. -Digo cruzando os meu braços.

A impressão que eu tinha é que ele se deixou apanhar e não se defendeu, mas porque o "senhor encrenca" se deixaria apanhar?

Nem percebi a aproximação de Erick, mas quando notei sua presença, notei também que Jace parecia se esconder do olhar dele e ele não é de se esconder de ninguém, ele sempre encarou as pessoas com força e punho, literalmente.

-Vou indo para aula. -Jace fala já dando alguns passos a frente.

-Não...você não vai não. -Pego-o pelo braço. -Você vai ficar Jace. - Eu o ordeno.

-Lira, fica longe deste idiota ou se não você vai se arrepender tanto. -Erick me pedi.

-Espera um momento... foi você que bateu no dele não foi? Encaro Erick.- Jace pode dizer, foi ele que te bateu? -Direciono o meu rosto para Jace agora.

Mas Jace ficou em silêncio, quem cala concente.

-Li, ele é tão ruim quanto o pai dele. -Erick se manifesta.

-Ei cara, porque você me odeia tanto em? Eu e Lira somos apenas amigos e vc já não tem a sua namorada? Jace parece finalmente estar perdendo controle.

- Tal pai, tal filho.- Erick diz com sangue nos olhos, e logo eu penso que ele não pode perder o controle, pois sei o que acontece quando ele se descontrola.

-Você não sabe nada sobre o meu pai seu imbecil. -Percebo Jace cerrando os punhos.

-Lira, pergunta o nome do pai dele. -Erick diz.

-Não me interessa, a vida dele é pessoal, não te diz respeito e nem a mim. -interveio.

-Vai cara... diz o nome do seu pai. -Erick o desafia.

-É Carlos tá legal, Carlos silveiras, mas ele está onde merece estar, a sete palmos do chão. -Jace responde.

Eu paralisei literalmente, sem palavra para pronunciar, porém milhões de pensamentos na mente.

-Você é filho de Carlos Silveiras? -O questiono torcendo que a resposta fosse negativa.

-Sim ele é o meu pai infelizmente, mas porque, você o conheceu?

-Eu...eu não estou acreditando nisso, eu preciso de espaço, dá licença. - Digo quase tendo uma crise de ansiedade.

-Você está bem ambos me perguntaram quase que ao mesmo tempo

-Diz pra ele Lira, fala o que o cretino do pai dele fez com você.

-Não, esquece isso. - Me recuso a dizer qualquer coisa que houve aquela noite.

-O seu pai tentou estuprá-la e quase a matou. -Erick responde por mim e em voz alta.

E para o meu azar a essa hora da discussão já havia atenção voltadas para nós, um riam, outros tinham um olhar de pena e outros apenas sussurravam algo entre si.

-Lira desculpe não foi minha intenção dizer alto. -Erick tenta se desculpar percebendo a burrada que fez.

-Mas disse, agora todo os meu colegas de aula já sabem. - digo com raiva.

Erick e Jace ficam em silêncio por alguns intantes.

-Li eu não sabia que o canalha do meu pai tinha feito isso com você, eu não sou igual a ele.

-Jace é melhor você ficar longe de mim, eu preciso de um tempo para digerir tudo isso tá legal?Isso é demais pra minha cabeça.- digo isso e ele fica parado sem dizer mais nada.

Eu não conseguiria entrar para estudar nesse momento e decidi então ir para a minha casa, porém Erick venho atrás de mim se posicionado na minha frente.

-Deixa ao menos eu te levar para casa. -Ele me implora preocupado

-Você também fica longe Erick, você sabia e simplesmente escondeu de mim, como descobriu em?

-Do mesmo jeito que consegui seu número, invadindo a sua faculdade e... eu achei que você precisasse descobrir sozinha sobre isso.

-Achou errado. -Falo fazendo um gesto de decepção com a cabeça.

Continuei andando em passos rápidos, sem olhar para trás.

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