Capítulo 24:Adeus Mãe

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-Tem é mesmo? Assim como o senhor disse que tinha todas as resposta para minhas perguntas, mas acabei saindo com mais uma questão pra minha coleção.

-Que questão? -Ele se faz desentendido.

-Por que o senhor me chamou de meu bisneto? -Eu o encaro bem sério.

-Mas eu nunca pronunciei essas palavras, você deve ter entendido errado. - Ele tenta me convencer.

-Claro, supondo que eu tenha entendido errado...mesmo assim, você me prometeu respostas lá, naquela porcaria de edifício caindo ao pedaços, mas a única resposta que eu obtive foi um "boa noite"do motorista do uber, quando eu o comprimentei, já que fui abandonado à própria sorte. -Digo bem alterado

-Meu caro rapaz, Você ainda não estava pronto, mas agora com certeza está. -O velho diz apontando para o corpo estraçalhado no chão. -Venha viver comigo, traga sua namoradinha também se quiser, venha para onde você realmente pertence, com o seu povo. -Ele continua.

-Quer saber...onde eu pertenço é aqui e não quero a sua ajuda. -Digo me virando e andando até o veículo que não era meu.

-Você sabe onde me encontrar. Se mudar de ideia Erick, e se eu fosse você pensaria melhor, ou vai acabar perdendo o controle e acabar ferindo a pessoa que você mais ama: A sua mãe. -Ele diz em voz alta e eu continuo andando fingindo não ouvi-lo.

Porém quando ele disse essas últimas palavras, eu me virei para fitá-lo e mostrar toda minha ira só com um olhar, mas ele havia evaporado, desapareceu, sem deixar cheiro, nem rastros, como um fantasma.

Eu não poderia sair por aí no carro que já deveria estar como roubado, então levei até um precipício, soltei o freio de mão o deixando descer por ladeira abaixo, que explodiu ao fazer contato com o solo.

Eu fui a pé não poderia pegar ônibus, táxi ou até mesmo um Uber, como explicaria meu estado as pessoas que me veriam sujo e cheio de sangue? Então me arrisquei por uma trilha que dava quase perto da casa da minha namorada, e entrei pelo quintal de trás, que para minha sorte tinha os muros baixo. Finalmente adentrei pela porta e encontrei Tais na sala ainda acordada.

-Amor tudo bem? -Tais me questiona se levantando do sofá e vindo em minha direção.

-Eu não deveria estar bem, mas estou mais que bem, estou ótimo, matei alguém e... não me arrependo, eu desejei profundamente matá-lo. -Revelo. -Ele matou uma moça grávida duas vezes, sabe... Ele mereceu morrer -Acrescento, justificando o meu motivo.

-Hum? Como o cara matou alguém duas vezes amor?

-Uma hora ele atirou nela no mercado, na outra ele atropelou ela com um carro.

-Você não está nada bem, não está falando coisa com coisa. -Ela faz uma pausa momentanea, vejo preocupação em sua feição. -Ele atirou em você também? -Ela me interroga fitando em direção a minha barriga, se aproximando e avaliando o tecido com o olhar preocupado.

-Não, em mim não, ele até disparou, mas acabou errando. -Eu afirmo.

-Tem certeza? Olha sua blusa Erick. -Ela me pede, elevando uma pequena parte da mesma com uma de suas mãos a pequenos centímetros longe de minha pele .

Realmente havia uma marca de tiro, mas eu não senti nada, tinha certeza absoluta que aquele homem havia errado a mira, levantei mais um pouco a blusa agora com minhas próprias mãos deixando a região do meu estômago amostra e realmente não havia nem um sinal de ferimento, apenas o buraco na roupa .

-Deixa eu fazer uma coisa. -Tais diz.

-O quê quer fazer? - Mas minha pergunta fica sem resposta, ela segue em direção a cozinha.

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