Capítulo 46: Aprisionada no subsolo

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O ar estava pesado, estava quase me arrependendo desse almoço, Erick estava sério. Cesso meus risos, pois o que havia me dito não saía de minha mente.

O silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos, até que foi quebrado por Dolores.

-Espero que estejam gostando do almoço.

-Está muito bom. -Respondeu David, tomando um gole de suco.

-Melhor impossível. -Complementou Mayra.

-Tá muito, muito gostoso mamãe. - Disse Christopher com a boca lambuzada de molho. -Agora podemos passar logo pro bolo? -O mesmo pergunta, nos fazendo gargalhar, menos Erick. Ele não esboça nenhuma reação, sempre calado.

-E você Erick, não gostou? Comeu tão pouco. -Pergunta Dolores.

-Eu... Eu tô gostando. -Erick não parece nada confortável. -Desculpe. -Ele se levanta. -Eu tenho que ir. -Diz se retirando e seguindo em passos rápidos.

-Erick! -O chamo me levantando rápido para ir atras dele e acabo batendo a minha barriga na quina da mesa, bem no local do ferimento. - Aí. -Doeu tanto que quase perdi minhas forças e o ar, me apoiando na mesa com as duas mãos.

-Li! -Erick se vira e se aproxima esboçando preocupação. -Tudo bem?

-Eu estou bem. -Insisto.

-Senta aqui. -Ele aproxima a cadeira e me ajuda a sentar.

-Está bem mesmo, Lira? -Jace reforça a pergunta.

-Já falei que estou. -Confirmei.

-Que ir se deitar? -Lore me indaga e eu aceno com a cabeça que sim.

-Ah! E lá se vai o bolo, queria tanto comer bolo. - O pequeno Christopher resmunga cruzando os braços e fazendo um biquinho.

-A sua mãe vai te dar um pedaço enorme de bolo, não é mesmo Lore?- Digo e a mesma confirma.

-Oba! -Ele abri um sorriso enorme.

Erick me acompanha até o quarto e me ajuda a sentar-me na cama.

-Ainda acho que deveria ir para o hospital. -Ele tenta me convencer.

-Não precisa. Se esqueceu que sou feito de ferro? -Brinco e o mesmo solta um meio sorriso.

-Então repouse. -Ele diz, eu me deito quando o mesmo começa a se afastar.

-Por favor, fica um pouco. -Peço.

-Não é uma boa idéia, Lira.

-Não tem nada demais, irmãos também conversam, sabia? -Rebato e o mesmo se senta na ponta da cama meio receoso.

-É verdade o que disse mais cedo?sobre ter matado pai do Christopher? -O interrogo.

-Sim, ele foi a minha primeira vítima. Num dia entrei no mercado um homem atirou na cabeça de uma grávida enquanto tentava assaltar o local. Eu o matei porque supus que ele merecia , Lira. Um dia conheci o Christopher, ele me mostrou a foto do pai, eu reconheci que era o tal assaltante.

-Você não tinha como saber, viu um cara ruim e quis livrar o mundo dele.

-Ele estava roubando pra conseguir dinheiro pra operação do filho e eu o matei. -Ele diz, dando um suspiro. - Sabe o que é uma criança pensar que o pai o abandonou? Pois eu sei.

-Na verdade... eu sei sim. - Lembro-o.

-Aí Lira me perdoe, eu esqueci. Nossa como fui idiota agora. -Ele fica sem graça.

-Posso entrar? -Ouço a voz do Jace e vejo que o mesmo já havia entrado com um pratinho com bolo.

-Claro. -Autorizo.

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