O edifício

Capítulo 32: Como a gente pôde nos esquecer assim!?

Erick.

No outro dia.

Eu cheguei atrasado para pegar minha namorada, ela estava discutindo feio com a tal Lira. Parei o carro de qualquer maneira e desci rapidamente e fui até ambas.

-Pára com isso Tais. - Digo enquanto seguro-a pela cintura.

-Se você se aproximar do meu namorado, eu vou te fazer em pedaços. -Ela ignorava minha ordem e estava falando sério, ainda bem que ninguém levou para forma literária da palavra.

- Eu sei tudo sobre você sua órfã, me diga, seu irmão ainda é um drogado, a mãezinha traiu seu pai com um pobretão e ambos te abandonaram em um orfanato, quer que eu continue? -Ela continuava despejando seu veneno sobre a garota.

Eu fiquei com pena da Lira, humilhada em frente a faculdade inteira, eu quase fui consolá- la e enxugar suas lágrimas, a dama de ferro agora era a dama de cristal, parecia que a qualquer momento ela ia cair e se partir em mil pedaços. Espera... Lira Symons... ta de brincadeira, eu sei da onde a conheço, a garotinha da festa da enorme casa.

-A garotinha do escargot? -Eu acabei falando isso em voz alta e ela ouviu me encarando surpresa.

-O garotinho do cachorro- quente?

-Vocês se conhecem? -Tais perguntou desconfiada.

-Tais, entra no carro agora, senão , eu não respondo por mim. -A ordeno bem sério, abrindo o carro e praticamente a forçando a entrar.

Tais entrou bufando e totalmente irada.

-De onde você conhece aquela vadia Erick?

- Foi antes de me tornar o seu vizinho, o tal pobretão que a mãe dela ficou... é meu pai, e alias...como você sabe tudo isso? - A questiono.

-Você não é o único com poderes aqui meu amor, e, se afasta dela ou você vai encontrá- la e pedaços bem amistosos, você sabe do que sou capaz. -Ela me ameaça com o dedo na minha cara.

-Sim, eu sei. -Digo afastando seu dedo da minha cara com a minha mão. - Eu sei de mais uma coisa... Eu quero terminar com você Tais. -Digo firme e forte.

-Não, não vai, pra que? Pra ficar com a vadia né?

-Não vou ficar nem perto dela, mas estou exausto de você, para mim já deu, acabou. - Acho que cutuquei a onça com vara curta.

Lira...

Eu sabia que essa aproximação de Erick ia dar ruim, no dia seguinte à festa, a namorada dele venho tirar satisfação comigo, eu podia sentir a raiva e ódio que aquela garota possessiva exalava, me arrepiava até meus ossos, se ele não tivesse chegado e a segurado, acho que ela me faria em pedaços, ela me disse tantas coisas dolorosas, como ela sabe dessas coisas? E para minha surpresa, esse Erick é aquele meu amiguinho de infância, nossa nem me lembrava dele, também...com tantos acontecimentos. Eu acabei nem entrando na aula, estava com tanta vergonha pela humilhação que fui para casa. Uma hora depois a campainha toca e eu vou atender e quando abro a porta...surpresa...

- Oi garotinha do scargot. -Era Erick.

-"São lesmas... disse o garotinho do cachorro- quente". - Repito o mesmo que Erick havia me dito quando o vi pela primeira vez a oito anos atrás. -Oi! -O comprimento, enfim.

-Nossa! Como a gente pôde nos esquecer assim!?

-Não sei, éramos tão crianças e a nossa amizade durou o que? Alguns dias? Você sumiu depois que derrubou o espelho velho da minha mãe.