Lorenzo...
-Ei garoto, você acha que fingir que está dormindo vai te livrar do castigo? -Meu pai diz entrando no meu quarto com a voz muito brava e alta.
Eu realmente estava dormindo, mas acordei quando ele entrou, com o barulho que a porta fez por ele ter a batido muito forte, mesmo assim eu continuei de olhos fechados e imóvel, quando senti ele puxar a coberta de cima de mim e senti ele ter jogado um líquido muito gelado, me molhando todo, me fazendo sentir com ainda mais frio, era uma jarra grande com água gelada.
-Eu disse pra se levantar, não vai se levantar não garoto, vem aqui agora.-Ele grita me puxando muito forte pelo braço, me levando até o banheiro que tinha no quarto e mexeu no botão do chuveiro o colocando na função fria.
-Ta fria pai, pára papai, desculpa. -Eu implorei a ele.
-Você está com frio, está moleque ingrato? -Ele grita e tira minha camiseta e calça, me deixando só de sunga, eu não parava de tremer, estava muito fria aquela noite.
Ele desligou o chuveiro e me levou de volta para minha minha cama, tirou de seu bolso o que parecia um chicote mexendo ele pra lá e para cá.
-Está vendo isto Lorenzo? Era do meu pai, o seu avô, ele usava em mim pra me ensinar uma lição, que ele aprendeu com o pai dele, ele dizia"uma desobediência, uma chicotada, são suficiente para transformar um menino em um homem". -Ele conta e se aproxima de mim.
Ele me puxou próximo a cama e me fez ajoelhar no chão encostando de frente pra a mesma enquanto ele fica atrás de mim.
-Agora você vai aprender a respeitar a sua mãe e a mim.
-Desculpa pai, é que ela bateu na Lira.
-E agora virou mentiroso também? -Ele diz me dando uma chicotada muito forte, e dolorida, eu sabia que viria mais, muito mais, porém não venho ele só me bateu uma única vez, uma única chicotada naquele momento, não que eu queria que ele continuasse, só não entendia.
-Se levanta e olha pra mim e não chora.
-Ta bom. -Digo engolindo meu choro.
-Uma desobediência, uma chicotada entendeu, isso vale pra você e sua irmã, já fui bonzinho demais e só recebo ingratidão, agora as coisas vão mudar por aqui, entendeu?
-Entendi papai. -Respondo.
-É entendi senhor. -Me ordena.
-Entendi senhor. -Repeti a ordem dele.
Depois disso, tentava fazer tudo certo ou parecer o garotinho invisível funcionou por algum tempo, eu estava realmente ficando muito bom nisso, mas minha irma não, ela não conseguiria ser a filha perfeita e invisível, aquela que meu pai, nunca notaria, eu tinha que a tornar invisível, era minha função por ser o mais velho e ela não aguentaria o que nem eu conseguiria aguentar.
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O edifício
Mysterie / ThrillerLira Symons e seu irmão Lorenzo são filhos de pais extremamente ricos, mas como dinheiro não traz felicidade, nem tudo é mar de rosas nessa família, e quando eles crescem não fica muito diferente de quando eram crianças. Um acidente faz com que su...