Capítulo Seis

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Jorge Viana

Meus olhos analisam o teto do quarto, sem achar nada no mínimo interessante. É muito entediante estar aqui sozinho, sem não ter ninguém com quem falar, só ouvindo os bip's dos aparelhos e vez ou outra ver algum enfermeiro. Uma semana nesse lugar e eu já quero ir embora. E não, eu não quero ser ingrato, mas nossa! É horrível não ver meu filho há tantos dias, sabendo que eu sou a única pessoa que ele tem. Bem, agora ele tem Apolo e Lucio também, mas não é a mesma coisa.

Solto um suspiro cansado e me ajeito na cama, me colocando sentado. Nos últimos dias eu estou me sentindo um pouco melhor, sem aquele cansaço extremo. Claro que ainda me sinto um pouco fraco, mas estou bem melhor que antes e espero que no final esse tratamento dê certo.

Ouço à porta do quarto se abrir e ao olhar para a mesma, um sorriso se abre em meu rosto. Vejo Gustavo nos braços de Leonardo e meu coração se alegra ao ver meu pequeno milagre tão perto.

- Oh bu! - Meu pequeno diz alegre e estende os bracinhos para mim.

Sem pensar muito, também estendo meus braços em sua direção e segundos depois ele está em meu colo. Sinto algumas lágrimas descer por meu rosto e abraço meu filho, podendo matar a enorme saudades que eu estava dele.

- Oi meu anjinho... Até que enfim veio ver o papai. - Sorrio e deixo alguns beijinhos em sua bochecha macia, podendo ouvir sua risada.

- Acho que mereço um obrigado? - Escuto a voz rouca do doutor Leonardo e me afasto um pouquinho de Gustavo, o colocando sentado em minhas coxas.

- Muito obrigado, doutor. - Falo sincero, com um sorriso no rosto.

- Por nada, mas sabe que essa visita não pode demorar muito, não é? - Ele pergunta e eu concordo, fazendo uma careta.

- Mas o que vale é ele estar aqui. - Lucio intervém e ele está certo.

- Ele deu muito trabalho, Lu? - Pergunto e meu irmão nega.

- Nem um pouco, pra falar a verdade, Apolo e ele estão um grude. - Ele diz sorrindo e se senta na poltrona ao lado da cama.

- Oh, é mesmo? Já pegou amizade com seu tio? - Olho para o bebê em meu colo, que sorri com seus dentinhos curtos para mim.

Me inclino e deixo mais alguns beijos em Gustavo, pois eu realmente não consigo estar longe do meu filho, ainda mais agora que ele está aqui.

- Bem, eu vou deixar vocês sozinhos... Volto em vinte minutos. - Doutor Leonardo avisa, nos olhando rapidamente.

- Tudo bem. - Concordo e em seguida ele sai pela porta. Me viro para Lucio e arqueio uma sobrancelha. - Por que ele estava com o Gustavo nos braços? Ele que quis? Não achei que ele gostasse de crianças. - Falo tudo de uma vez e ouço meu irmão rir.

- Não, ele não quis... Acho que estava até com medo, mas nosso cupido mirim aqui, se jogou nos braços do futuro pretendente do pai. - Ele diz brincalhão e reviro meus olhos.

- Para com isso, Lucio... Já disse que não estou aqui para isso e esse homem jamais olharia para mim. - Falo pela milésima vez ao meu irmão, que finge não me escutar.

- Se você quer se iludir assim. - Ele diz e dá de ombros. - Ah, trouxe uma coisinha para você. - Lucio bate palmas animado e pega a bolsa de fraldas de Gustavo, tirando de lá uma vasilha tampada.

- O que é isso? Eles viram você entrando com comida? - Pergunto preocupado e ele nega.

- Claro que não, maninho... Nunca ouviu em tráfico de comida? Pois bem, trouxe a minha panqueca de carne seca para você. Eu sei que tem uma dieta e tudo mais, mas é só um pouquinho. - Ele sorri e então abre a vasilha, fazendo o cheiro exalar.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora