Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"

Capítulo Cinquenta - Final

Leonardo Monteiro

- "Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas. As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam." Isso lembra alguém ou algo a vocês? Pois para mim eu vejo os dois perfeitamente enquanto leio esse texto, que me descreve exatamente como é o amor de vocês. Ele é puro, sem segundas intenções e forte, realmente como a morte. Foi assim que se conheceram, não? Diante a morte, mas isso não interferiu, pelo contrário, os deu ainda mais força para estarem aqui hoje e eu tenho muito orgulho em dizer que fiz parte de tudo desde o começo. - A voz um pouco emocionada de Ricardo chega até nossos ouvidos e sorrio na direção do meu melhor amigo.

Nem de longe é de praxe ter um discurso romântico em um casamento no cartório, mas Ricardo fez questão de dar esse mimo a nós e aproveitando que a juíza é uma amiga dele, isso foi possível. E confesso que ouvir suas palavras foi maravilhoso nesse momento, não só para mim, mas para Jorge também.

- Obrigado! - Jorge e eu falamos em uníssono, agradecendo meu padrasto, que sorri satisfeito antes de voltar ao seu lugar ao lado do meu pai.

Meus olhos se encontram com os de Jorge e pego suas mãos um pouco trêmulas nas minhas. Quando ele me propôs nos casarmos hoje, sem nada preparado, eu achei uma extrema loucura, mas como eu amo loucura não deixei essa passar. Como ele mesmo disse, uma cerimônia grandiosa e uma festa luxo não vai nos fazer falta, pois para nós dois nunca foi isso e sim amor. Então estar aqui agora em um cartório, de frente à uma juíza de paz, tendo meu pai, meu melhor amigo, nosso filho e cunhados junto conosco é tudo o que eu almejei.

- Após essas lindas palavras eu passo a deixa a vocês, para dizerem aquilo que estão sentindo nesse momento. - A juíza diz com simpatia na voz, e agradeço por ela nos deixar ter esse momento, mesmo que haja mais casamentos agendados para o dia.

Aperto as mãos de Jorge nas minhas e respiro fundo antes de começar a falar. Meu coração bate um tanto quanto mais rápido em meu peito, mas tento me manter o mais calmo possível e não infartar no dia do meu casamento.

- Sol, esse apelido não foi dado ao acaso para você, não mesmo. Eu te chamo de Sol, pois é você quem me ilumina desde que nos conhecemos. Eu nunca, jamais, achei que fosse me apaixonar por um paciente meu, mas eu não me arrependo por isso, faria tudo novamente se fosse para estar com você e nossos filhos. - Falo e tomo uma pausa, tocando de leve em sua barriga ainda pequena e lançando um rápido olhar para Gustavo no colo de Apolo. - Não há palavras para descrever o amor que eu sinto por vocês, pois é um sentimento imenso e que cresce a cada dia mais em meu peito... Um sentimento puro e verdadeiro, o qual eu jamais imaginei sentir nessa magnitude, mas aconteceu com vocês. Você diz ser grato por eu ter entrado na sua vida, mas amor, eu sou muito mais por ter você, Gustavo e Isaac nela, porque hoje eu sei o que é amar de verdade e ter uma família. Então tenha a única certeza que passe o tempo que for... Dez, vinte, trinta, cinquenta anos, eu vou continuar te amando... Sempre! - Falo cada palavra olhando em seus olhos e vejo as lágrimas descerem por sua face, o que me faz estender minhas mãos para seca-las. - Eu te amo! - Digo por fim e deixo um beijo em sua testa.

Sinto meus próprios olhos arderem, tamanha a emoção que sinto nesse momento. É como se eu estivesse vivendo um sonho muito bom, pois eu sou um filho da puta muito sortudo por ter Jorge na minha vida... A pessoa mais incrível que eu poderia conhecer um dia.

- Olha, eu já sou uma manteiga derretida e meus hormônios estão me matando. - Meu noivo resmunga e todos os presentes na pequena sala riem.

- Te entendo, querido. - A juíza diz com um sorriso e lhe estende uma caixinha de lenços, os quais ele agradece, secando seu rosto.