Capítulo Vinte e Três

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Leonardo Monteiro

Sorrio ao ouvir a resposta de Jorge e me coloco de joelhos em sua frente, puxando seu corpo para junto do meu em um abraço. Fecho meus olhos por um momento e inspiro seu cheiro doce. Não consigo não pensar em tudo o que ele me contou e me sinto horrível por saber de tudo e nunca poder ter feito nada, o que era impossível na época, já que não nos conhecíamos. Eu não imagino o quanto ele sofreu calado durante os anos, mas nesse momento eu só quero o protegê-lo, o fazer se sentir seguro e amado, pois é apenas isso que ele merece e nada mais.

Eu sinto raiva de todas as pessoas que foram carrascos de Jorge naquele lugar, principalmente de Vicente. Aquele homem não prestava e eu sempre vi isso pelo fato dele ser um dos amigos bem próximos do meu tio Fabrício, um ser que eu também quero distância. Acho que a única coisa boa disso tudo é Gustavo, aquele menino merece ser amado bastante também, para apagar a marca do seu progenitor de si.

- Obrigado por confiar em mim. - Falo baixo e me afasto dele aos poucos, podendo ver seu rosto melhor. 

- Obrigado por não me julgar. - Ele diz e passa uma das mãos pelo rosto, já que ele está molhado pelas lágrimas.

Levo minhas mãos até sua face e o ajudo a secar seu rosto, pois acho que lágrimas não combinam em sua face bonita.

- Eu jamais faria isso, meu amor... Não sou ninguém para isso e você jamais teve culpa pela vida que teve. Aquelas pessoas eram doentes e você apenas sobreviveu a elas. Jamais sinta vergonha de mim, ok? Pois eu continuo te vendo o mesmo Jorge... O homem guerreiro, pai exemplar e agora meu namorado. - Sorrio para ele e pego em sua mão, deixando um beijo em sua palma.

- Sério, eu ainda não acredito em tudo isso. - Ele diz e posso sentir a sinceridade em sua fala. - Eu jamais achei que isso fosse ser possível. Achava que homem nenhum ia me querer depois de saber a verdade, já tinha aceitado o meu fim sozinho. - Ele fala e sua expressão cai um pouco.

- Esqueça isso, Sol... Você jamais vai estar sozinho, não comigo. - Falo com sinceridade, pois essa é a verdade. - Agora chega de choro e coisas tristes, eu vou pedir uma pizza para gente, o que acha? - Pergunto e deixo um beijo em sua testa antes de me levantar.

- Eu posso? - Ele questiona em dúvida e isso me faz sorrir.

- Claro, mas sem exageros... O que acha de brócolis com queijo? - Pergunto e ele assente.

- Pra mim está perfeito. Então você liga para a pizzaria e eu vou preparar algo para Gustavo... Ele dormiu com fome, tadinho. - Ele diz preocupado e acho linda essa ligação que ele tem com o filho. Jorge é um pai de dar inveja e tenho certeza que no futuro Gustavo ainda terá muito orgulho do pai que tem.

- Quer ajuda? Eu não sei cozinhar, mas eu ajudo. - Falo solicito, mas ele nega.

- Não precisa, Léo... Só vou colocar alguns legumes para cozinhar. - Ele diz e se levanta em seguida do sofá. - Se importa se eu for trocar de roupa? Estou me sentindo um pouco sufocado.

- Claro que não, vai lá. - Sorrio para ele.

Mas antes que Jorge deixe a sala, eu o pego com delicadeza pela cintura e nossos rostos se aproximam no automático, contribuindo para o beijo que vem logo a seguir. Nossas bocas se encaixam com perfeição e isso quase me faz sorrir durante o beijo. Sinto o gosto doce de seus lábios e aos poucos nosso beijo vai ganhando intensidade e nossas línguas se entrelaçam. E acho que eu posso passar a eternidade provando de sua boca, ainda será pouco.

Me separo dele após alguns segundos e solto uma risada ao ver ele tão ofegante quanto eu. Deixo mais um selinho em sua boca e então o deixo ir.

Me sento no sofá espaçoso e confortável da sala e ligo para a pizzaria em seguida, fazendo nosso pedido. Acabo tirando meus sapatos para ficar mais confortável e depois de poucos minutos Jorge volta para à sala, vestindo um blusão e shorts de malha.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora