Capítulo Vinte e Sete

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Leonardo Monteiro

Vou despertando aos poucos e ficando consciente das coisas ao meu redor. A primeira coisa que noto é o quarto diferente, mas então um sorriso se abre em meu rosto ao sentir o corpo de Jorge sobre o meu. Meus olhos analisam cada pedacinho dele, cada detalhe e sinto meu coração se encher de amor. Pois é, quem diria que Leonardo Monteiro estaria amando novamente? Mas com Jorge foi tão fácil. Apesar de ainda não ter dito as três palavrinhas mágicas, eu tento demonstrar com gestos o meu amor por ele e pelo pequeno Gustavo também. Amar Gustavo também foi muito fácil, aquele garotinho é uma luz, que alegra demais a vida de qualquer um.

Deixo minha mão criar vida própria e passo a dedilhar cada detalhe do rosto calmo de Jorge, que ainda dorme tranquilamente. Fiquei tão feliz quando ele me convidou para dormir aqui com ele, sei que isso foi uma quebra de barreiras. Querendo ou não ele ainda tem medos e o entendo perfeitamente, pois eu também tenho os meus. Cada um de nós teve um trauma, mas estamos lutando contra eles juntos.

E é tão bom ver ele mais solto e sorrindo a toa. Só Deus sabe o quanto me doeu ouvir sua história e o que mais quero é ver ele feliz, podendo realizar seus sonhos.

- Papai! - O resmungo vindo da babá eletrônica me tira dos meus devaneios e me faz sorrir ouvir a voz manhosa.

Desligo o aparelho, pois não quero acordar Jorge agora. Então com cuidado tiro ele de cima de mim e o ajeito na cama, vendo ele agarrar meu travesseiro. E com um sorriso eu saio do quarto, seguindo até o de Gustavo que fica logo em frente.

Não deve ser tão difícil cuidar de uma criança, ?!

Entro no quarto em frente e abro um sorriso ao ver Gustavo de pé no berço, apoiado nas grades de madeira. Balanço minha cabeça em negação, mas minha vontade é rir ao ver o biquinho manhoso em seus lábios.

- Bom dia, solzinho! - Falo, chamando sua atenção e logo tenho um mini par de olhos azuis sobre mim.

- Léu! - Ele sorri e sapateia dentro do berço, o que me faz rir.

- Sim, eu! Está feliz em me ver? - Pergunto e me aproximo, pegando ele em meus braços.

- Mama. - Ele resmunga e deita a cabeça em meu ombro.

- Ok, vou levar isso como um sim. - Falo rindo e deixo um beijo em seus cabelos finos.

E pensando estar tudo bem, eu começo a sair do quarto, mas então um cheiro chama minha atenção. Arqueio uma sobrancelha e afasto Gustavo de mim, o suspendendo no alto, o que faz ele rir. E  com uma coragem surpreendente, aproximo meu nariz de sua fralda, apenas para me arrepender.

- Meu Deus, solzinho! O que você comeu? Está podre meu filho. - Falo e ele ri ainda mais das caretas que eu faço. - Você ri, né?! Não será você a trocar você mesmo. - Ralho com ele, mas só recebo risadas em troca.

Solto um suspiro e encaro a dura tarefa de limpar essa pobre criança. Como ele não se irrita com a própria catinga?

Levo Gustavo comigo até o banheiro no corredor, resolvendo dar um banho nele, pois é o melhor no momento. Assim que chego ao banheiro, vejo que sua banheira já está montada em cima de um suporte, então apenas ligo o chuveiro para enche-la. Coloco Gustavo em cima da pia e encaro a tarefa de tirar sua fralda, o que quase me faz morrer sufocado.

- Temos que rever sua deita, mocinho... Parece que está comendo urubu. - Falo e enrolo a fralda suja, a jogando no cesto de lixo.

- Lubu? - Gus pergunta com um biquinho e minha vontade é morder essa fofura. Nem fedendo deixa de ser fofo, impressionante.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora