Capítulo Vinte e Um

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Leonardo Monteiro

Olho fixamente para minha mãe e não gosto nenhum pouco do olhar que ela lança para Jorge e Gustavo, que está em meu colo. Respiro fundo e trago Jorge para mais perto de mim, deixando claro nesse gesto de que ele é alguém importante e não vou admitir desaforos.

- Mãe? O que está fazendo aqui? - Volto a perguntar, já que ela não me respondeu da primeira vez.

- Acho que não preciso de permissão para visitar meu filho, não? E você me deu a chave para caso de emergência. - Ela responde e então seus olhos se cruzam com os meus.

- Sim, mas a senhora poderia ter me avisado, não é? - Pergunto e solto Jorge, assim como coloco Gustavo no chão.

- Desculpe, vou pensar nisso da próxima vez. - Ela dá uma risada, mas nem de longe é verdadeira. Conheço a mãe que tenho. - E não vai me apresentar seu amigo?

Arqueio uma sobrancelha, analisando bem a mulher que me deu a vida. Eu posso amar muito minha mãe, mas eu sei quando ela está tirando suas conclusões precipitadas e muitas vezes preconceituosas.

- Claro! - Sorrio para ela e olho entre Jorge e Gustavo, que está entretido vendo alguns obsejtos de decoração. - Esse é o Jorge, meu namorado... E o Gustavo, filho dele. - Falo e vejo seu sorriso murchar na mesma hora.

Minha vontade é rir, mas me contenho e pego rapidamente na mão de Jorge, que está claramente nervoso com essa situação.

- Sol, essa é minha mãe Vanessa. - Apresento.

- É um prazer conhecer a senhora. - Jorge diz, tendo um sorriso pequeno no rosto.

Minha mãe não diz absolutamente nada, enquanto olha para nós dois e isso me causa agonia.

- Nós podemos conversar? - É a única coisa que ela diz e reviro meus olhos, já prevendo onde isso vai dar.

- Claro... Jorge, fique à vontade. - Sorrio para ele e beijo sua mão.

- Ah, eu acho que é melhor ir embora com o Gus. - Ele diz tímido, mas eu nego.

- Nem pensar, nós vamos comemorar seu emprego. Eu vou conversar rápido com a minha mãe e já volto. - Falo e deixo um beijo em sua testa.

Percebo que ele ainda fica um pouco relutante, mas então concorda com um aceno, o que me deixa satisfeito. Passo por Gustavo, entretido com meus carrinhos em miniatura e deixo um carinho em seus cabelos, recebendo um sorriso cheio de dentinhos em troca... O que deixa meu coração alegre.

Deus, eu mesmo com os "quatro pneus arriados" por esses dois.

Sigo minha mãe até à cozinha e já me preparo psicologicamente para o que vem a seguir.

- Pode começar. - Falo sem rodeios, enquanto sigo até à geladeira para pegar um copo de água.

- Que merda é essa, Leonardo? - Ela pergunta um pouco exaltada, como se tivesse algum direito sobre a minha vida.

Eu tenho é vinte e oito anos, não sete!

- Não entendi o porquê da revolta. Eu te apresentei o meu namorado e o filho dele, somente isso. - Falo simples e vejo a veia de sua testa quase saltar.

- Você está brincando com a minha cara? - Ela praticamente me fuzila com o olhar e eu apenas tomo minha água tranquilamente.

- Jamais, mamãe. - Sorrio para ela, com deboche em minha voz.

Não me entenda mal, eu jamais faltei com respeito com meus pais, desde que eles não queiram vim mandar na minha vida e se acharem os donos da porra toda. A vida é minha e ela decido eu.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora