Capítulo Quarenta e Seis

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Leonardo Monteiro

Ouço meu celular tocar de forma insistente e isso me faz suspirar, querendo jogar o aparelho contra à parede... Cara, é sábado de manhã! Estico meu braço até à mesinha de cabeceira e pego o aparelho celular, abro meus olhos e quase reviro meus olhos ao ver o nome de Ricardo na tela.

- Se for me dizer que é que meu novo pai e eu te devo respeito, vou respeitosamente mandar você ir se ferrar. - Falo ao atender a ligação e ouço ele bufar do outro lado.

- Cala a boca, filho ingrato, e me escute. - Ele diz e minha vontade é retrucar, mas me seguro e presto atenção no que ele quer falar. - Saiu o resultado do processo contra você.

Ouço ele dizer e automaticamente meu corpo inteiro se arrepia por medo. Confesso que estava esperando pelo resultado, mas não agora.

- E qual é? - Pergunto com a voz baixa e me sento na cama, pois todo meu sono foi embora.

- Você foi inocentado das acusações, todos que foram depor contribuíram para isso, pois você não fez nada de errado. E foi concluído que não é proibido se apaixonar por um paciente... Então, meu filho rebelde, eu te vejo aqui na segunda de manhã. Seus pacientes estão à sua espera. - Ricardo diz e isso me faz sorrir como um bobo.

- Obrigado, de verdade. - Agradeço a ele, pois sei que da forma dele, ele também me ajudou muito.

- Imagina, agora pode me chamar de papai. - Ele brinca e reviro meus olhos.

- Só nos seus sonhos! - Respondo.

Converso um pouco mais com Ricardo, ainda não acreditando que estou livre daquele processo idiota. E assim que encerro a ligação com meu amigo, deixo algumas lágrimas caírem por meu rosto. É muito bom saber que eu posso voltar ao meu trabalho, aquilo que eu realmente amo. No final, levei esse afastamento como uma férias e foi bom passar um tempo a mais com meus meninos.

- Sol? - Chamo por Jorge, já que ele não estava na cama comigo e tem uma mania muito louca de acordar cedo no final de semana.

- Limpando a bunda do seu filho! - Ele responde e isso me faz rir.

Me levanto da cama e antes de sair do quarto, faço minha higiene bucal. Entro no quarto de Gustavo alguns minutos depois, vendo Gus pulando em seu berço, enquanto Jorge dobra algumas roupas dele. Sorrio com essa cena e vou até meu filho, o pegando em meus braços. Deixo um beijo na bochecha de Gus e em seguida o jogo para cima, ouvindo ele gargalhar.

- Só espero que isso não vire choro depois. - Ouço Jorge alertar e sei que ele não está com feliz com isso.

- Adivinha quem vai voltar a trabalhar no hospital? - Pergunto feliz e vejo Jorge paralisar.

- Papai Léu! - Gus diz e isso sai como uma resposta a minha pergunta, o que me faz deixar mais alguns beijos nele.

- Isso mesmo, solzinho... Papai Léu vai trabalhar e deixar de ficar com você o dia todo. - Falo e acho que ele entende isso, pois rapidamente um bico fofo se forma em seus lábios pequenos.

- Amor, isso é ótimo! - Jorge se aproxima de nós, me olhando com um sorriso e em seguida me puxa para um abraço, o qual eu vou de bom grado. - Sabia que eles veriam que aquilo era um erro, você é um médico exemplar. - Ele diz ao seu afastar e deixa um selinho em meus lábios.

- Obrigado, Sol... Agora me diz, como está meu solzinho número dois? - Pergunto rindo e ele me acompanha.

- Só estou um pouco enjoado, mas acho que é normal e... Acho que ele quer chocolate com mostarda. - Jorge responde e faço uma careta, imaginando a nojeira que isso deve ficar.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora