Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"

Capítulo Trinta e Nove

Jorge Viana

Tiro meu avental e a touca e os guardo em meu pequeno armário no vestiário. É meu horário de almoço e a confeitaria está tranquila nesse momento, o que me possibilita alguns minutos de descanso. Saio do pequeno cômodo e passo pela cozinha, pegando meu almoço e sigo até à parte de trás do prédio, onde há uma pequena área coberta com alguns bancos estofados e uma mesa. Deixo minha marmita em cima da mesa e me sento em um dos bancos vagos, pegando meu celular do bolso em seguida.

Abro o aplicativo de mensagens e vejo algumas de dona Emília, que são em sua maioria áudios. Escuto cada um e dou algumas risadas por ouvir meu filho "conversando" muito entusiasmado. Mando um áudio em resposta e em seguida saio da conversa, procurando se Léo me mandou algo, mas não há nada, o que é estranho. Por mais que ele esteja trabalhando, ele sempre me manda nem que seja um emoji de coração ou uma carinha feliz.

Você: Está tudo bem, amor? (12:47)

Mando a mensagem e bloqueio o celular em seguida, voltando minha atenção à comida esfriando na marmita. Pego os talheres e começo a comer minha refeição previamente aprovada por meu namorado, que consiste em salada de batatas e peixe grelhado. E enquanto saboreio minha comida, não consigo parar de pensar em Leonardo, é como se meu coração ficasse pesado sempre ao que meus pensamentos vão até ele.

Assim que termino minha refeição, checo novamente meu celular, mas não há uma resposta vinda dele, o que me preocupa. Então resolvo ligar para ele e é isso que eu faço, ouvindo chamar várias vezes e cair na caixa postal. E após várias tentativas frustradas, eu começo a me sentir realmente angustiado e preocupado. Procuro em minha agenda telefônica pelo número de Ricardo e disco em seguida, sabendo que ele é minha única opção no momento.

A chamada novamente quase cai na caixa postal, mas me sinto aliviado quando ouço a voz grossa do outro lado da linha.

- Jorge, tudo bem? - Ricardo diz ao me atender e noto o tom surpreso em sua voz.

- Na verdade não, você sabe onde Léo está? Estou ligando e mandando mensagens, mas ele não me dá uma resposta. Sei que não está em cirurgia, pois quando isso acontece ele me avisa antes. E eu já estou ficando muito nervoso com esse sumiço dele. - Falo tudo de uma só vez, pois eu não vejo motivos para rodeios.

Ouço Ricardo soltar um suspiro pesado e automaticamente sinto meu corpo se arrepiar, pois sei que não é algo bom.

- Aconteceu um episódio muito frustrante para o Léo hoje e ele saiu bem abalado daqui. Eu acho melhor ele te contar o que houve, mas desde já que deixo claro que nenhum dos dois é culpado nessa história. - Ele responde e isso me deixa confuso.

- Como assim, Ricardo? - Pergunto sem entender, mas não recebo uma resposta para isso.

- Vá até ele, Jorge... Leonardo precisa de você agora, mesmo que ele diga não. - Ele diz por fim e ainda me sinto confuso, mas acato seu pedido.

Me despeço dele de forma rápida e encerro a ligação. Pego minhas coisas e entro apressado no prédio novamente. Passo pela cozinha e deixo por ali mesmo as louças sujas, saindo para o salão em seguida. Não vejo Susie em nenhum lugar e estou pronto para ligar para ela quando a vejo descer de um carro, que acabou de estacionar. E grande é minha surpresa ao ver meu sogro no banco do motorista.

Minha vontade é rir e fazer piadas com minha chefe, mas não tenho tempo para isso. Então, assim que ela passa pela porta de vidro da confeitaria, eu já estou parado em sua frente à sua espera.

- Que recepção calorosa. - Ela diz com humor ao que quase tromba comigo, mas eu não consigo sorrir.

- Eu realmente preciso sair mais cedo, Susie. - Falo de forma séria e sem rodeios.