Epílogo

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*** O parto nesse capítulo acontecerá de forma natural, como em outros dois livros meus. Então se não gosta, pule. Aos demais, espero que gostem. ***

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Jorge Viana Monteiro

Me mexo de maneira desconfortável sobre à cama, sentindo um incômodo maior em minhas costas. Estou morrendo de sono, mas esse fato não me deixa fechar os olhos, então desisto e foco meu olhar sobre o teto, já que minha barriga enorme de nove meses me impede de ver algo além dela mesma.

Apoio minhas mãos na cama e me coloco sentado sobre a mesma, guio meus pés até o chão frio e então me levanto, gemendo ao sentir minhas costas reclamar. Minha intenção é ir até o quarto de Gustavo e ver como meu bebê está, mas antes que eu possa alcançar a porta, sinto um desconforto maior e então uma pontada atinge em cheio o pé da minha barriga, o que me faz perder o fôlego pela dor repentina. Demora alguns segundos para que eu possa me recuperar e então volto meus olhos para meu marido, que dorme de forma tranquila, sem sequer imaginar que eu estou prestes a dar a luz.

- Amor?! - Chamo por ele e tento não elevar o tom da minha voz quando sinto algo molhado descer por minhas pernas, encharcando minha cueca.

- Humm... Só mais um minutinho, Sol. - Ele resmunga sem realmente abrir os olhos e isso é o suficiente pra mim.

- Leonardo Viana Monteiro, eu estou parindo! - Grito para chamar sua atenção, o que acontece em um instante.

Tapo minha boca, prendendo o riso quando o vejo se sentar de uma vez na cama, espantando totalmente o sono para fora dos seus olhos. Ele me olha por um momento e então seus olhos batem na pequena poça no chão limpo do nosso quarto e seus olhos se arregalam em desespero.

- Meu Deus, Isaac vai nascer? - Ele pergunta em um tom desesperado e praticamente pula da cama, vindo até mim.

- Ele já cansou do quentinho da minha barriga. - Falo sorrindo, mas logo uma careta se forma em meu rosto, pois uma nova contração me atinge. - Ok, eu preciso de um hospital. - Aviso quando consigo minha fala novamente.

- O que eu faço? - Léo me olha sem reação e isso me faz rir, de verdade.

É nessas horas que ser médico não adianta de nada, porque sua emoção te faz simplesmente esquecer tudo. Respiro fundo, parando aos poucos de rir, pois isso não está ajudando, e pego seu rosto em minhas mãos, olhando em seus olhos.

- Primeiro você vai ligar para o seu pai e Ricardo, pedindo para eles ficar com nosso filho. Depois você vai pegar as bolsas que já estão prontas e levar até o carro, eu vou me trocar enquanto isso. - Explico e ele pisca algumas vezes antes de assentir.

- Calma, você dá conta de se vestir sozinho? Não precisa de ajuda? - Ele pergunta, mas eu nego. Eu estava sozinho quando tive Gustavo e mesmo que eu não esteja agora, ainda posso fazer algo enquanto meu marido me ajuda em outras coisas.

- Não, tudo bem... Só garanta que nosso Gus fique bem. - Sorrio para ele e beijo seus lábios rapidamente.

Ok, eu poderia estar desesperado nesse momento, xingando todo mundo, mas do que adiantaria? Eu já passei por essa situação uma vez e sei que o desespero não ajuda. Então com calma e respirando fundo algumas vezes por causa das contrações, eu caminho até nosso banheiro e tomo um banho rápido, apenas para limpar o líquido que há em mim. Levando o dobro do tempo, eu coloco uma calça moletom e uma blusa enorme, que não me aperte. Fico de chinelos mesmo, pois meus pés inchados não aguentam um sapato fechado e assim que termino de juntar meus documentos e pego meu celular, Léo aparece com um Gustavo sonolento no colo, dizendo que as bolsas já estão no carro e podemos ir.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora