Capítulo Trinta e Sete

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Leonardo Monteiro

Observo o café caindo na jarra da cafeteira e não consigo parar de pensar na conversa que tive ontem com Jorge. É impressionante como Vanessa não se cansa de se expor ao ridículo. Será que ela realmente acha que vou me separar de Jorge por causa dela? Coitada!

Sei que minha "mãe" é capaz de fazer coisas apenas para não ficar por baixo na situação, mas se ela acha que pode fazer o que quiser contra as pessoas que eu amo, ela está muito enganada. Já fui muito idiota no passado, mas hoje eu sei o que é ser feliz e não vou deixar ninguém estragar essa felicidade. Nem que para isso eu tenha que bater de frente com a mulher que me deu a vida.

Balanço minha cabeça para tentar afastar esses pensamentos e termino de colocar a mesa para o café. Coloco um prato com torradas no centro da mesa, junto a um pote com creme de avelã. Ajeito alguns últimos detalhes e fico satisfeito com meu trabalho. Para quem não sabe fritar um ovo, isso está bom... Eu acho.

Sinto meu celular vibrando dentro do bolso da minha calça de moletom e assim que pego o aparelho, vejo o nome do meu pai na tela. Abro um sorriso automático e no segundo seguinte atendo a ligação.

- Bom dia, pai! - Falo e me encosto contra a pia, ficando à vontade.

- Bom dia, filho! Estou ligando para dizer que seu apartamento está livre. - Ele diz e isso me faz franzir o cenho.

- Sabe que pode ficar o quanto quiser, pai, minha casa também é sua. - Falo sincero.

- Eu sei, mas não acho justo isso, apesar de você praticamente morar com o Jorge agora. - Ele diz rindo e reviro meus olhos.

- Estou apenas cuidando da minha família. - Falo simples, dando de ombros.

- Eu sei que sim, filho e me sinto muito orgulhoso por isso. Você está sendo o homem que eu criei para ser. - Ele diz e ouço sua voz um pouco embargada, o que me faz sorrir.

- O senhor não vai chorar, não é? - Pergunto rindo e ouço ele resmungar.

- Um homem pode ter seus momentos, ok? - Ele responde e antes que eu possa o responder, ouço alguns resmungos pela babá eletrônica.

- Pode sim, aliás... Meu momento chegou. - Falo rindo e sigo até o quarto de Gustavo.

- Meu neto acordou, estou certo? - Ele pergunta e posso sentir tanto orgulho em sua voz ao que ele se refere a Gustavo como seu neto. E confesso que isso me deixa muito feliz também. É maravilhoso ver meu filho sendo aceito pela pessoa que mais importa para mim.

- Sim! Pai, eu te ligo mais tarde, tudo bem? - Pergunto.

- Tudo bem, mande um beijo para os meus outros meninos. - Ele diz e encerra a ligação em seguida.

E tendo um sorriso no rosto, eu guardo meu celular e entro no quarto de Gustavo, vendo meu filho quase pulando do berço. Não sei como, mas ele fez um amontoado com as cobertas e travesseiro, estando em cima dele agora, suas mãos estão firmes na grade e ele dá alguns impulsos com as pernas pequenas.

- Gustavo Viana Monteiro! - Falo com a voz firme e seu pequeno corpo chega a dar um pequeno pulo pelo susto. - O que acha que está fazendo, projeto de humano? - Pergunto, colocando as mãos em meu quadril, olhando para seus enormes olhos azuis.

- Papai. - Ele diz e forma um biquinho, como se sua fofura fosse me impedir de lhe dar uma bronca.

- Não me venha com essa de "papai", sua fofura não me afeta, mocinho. - Aviso e sigo até ele, o tirando do berço em seguida.

- Gu ama! - Ele diz olhando em meus olhos e isso me faz rir.

- Ah, o Gu ama o papai? - Pergunto e ele assente. - O papai também ama o Gu, mas não adianta me chantagear com essa carinha de anjo... Vamos ter uma conversinha. - Falo e deixo um beijo em seus cabelos.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora