Capítulo Vinte e Quatro

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Jorge Viana

Tiro mais uma fornada de cupcakes do forno e tento manter meu ritmo acelerado enquanto faço todos os preparos dos doces. Já faz uma semana que estou trabalhando e nunca me senti tão feliz na minha vida. No começo a única coisa que me preocupou foi com quem Gustavo ficaria. Pensei em o colocar na creche, mas dona Emília foi contra e disse que cuidaria do neto com o maior gosto e eu não pude ser contra. E minha carga horária também é algo que não me cansa muito e me deixa passar uma parte do dia com meu filho e às vezes meu namorado.

- Acho que vou te raptar. - A voz de Susie chama minha atenção e me assusto com sua fala.

- O quê? - Pergunto e deixo os cupcakes de lado.

- Eu não sei o que você coloca nesses cupcakes, mas a fila de clientes só cresce. Você precisa me contar esse segredo, urgente! - Ela diz em seu tom alarmado e isso me faz rir, ao perceber que ela está apenas brincando.

- Não é nada demais, é que eu não costumo seguir receitas e acabo dando meu toque. - Falo e volto a rechear os bolinhos.

- Sabe, é melhor eu te manter sempre como meu funcionário, ou é capaz deu perder todos os meus clientes. - Ela brinca e segue até à pia, lavando suas mãos, para colocar a "mão na massa".

- Que exagero! - Falo e solto uma risada.

- Você que pensa, Jorginho... Agora deixa isso aí e vai ver seu namorado, ele acabou de chegar. - Ela avisa e coloca sua doma. - Mas fale para aquele folgado não se acostumar... Você é meu quando está aqui.

Balanço a cabeça, pois não aguento a implicância desses dois. Faço o que ela disse e deixo minha tarefa de lado. Lavo minhas mãos antes de sair e tiro meu avental também.

Passo pelas portas duplas da cozinha e sorrio para Alicia, que é balconista e também atendente. Olho para o pequeno salão da confeitaria e meu sorriso aumenta ao ver Léo sentado em uma das mesas, comendo um dos cupcakes feitos por mim.

Solto um suspiro e passo minhas mãos por meu rosto, para garantir que não há nenhum resquício de farinha de trigo ou algo do tipo. Ajeito a bandana em minha cabeça e sigo em passos lentos até à mesa em que meu namorado está.

Chego por detrás de Léo e coloco minhas mãos em seu rosto, tampando seus olhos. Me sinto um bobo adolescente ao fazer isso, mas é assim que me sinto nesse momento.

- Adivinha quem é. - Falo e minha vontade é rir de mim mesmo.

- Moço, eu tenho namorado e ele é ciumento. - Ele brinca e agora sim solto uma risada.

- Idiota! - Desisto da minha brincadeira e saio de trás dele, mas antes que eu possa chegar até à cadeira em sua frente, ele me pega pela cintura e me faz sentar em seu colo. - Léo! - Ofego baixinho e sinto meu rosto esquentar de vergonha.

- O que foi? Estou apenas matando as saudades do meu namorado. - Ele diz com um sorriso perfeito e pega meu rosto em suas mãos, plantando um beijo suave em meus lábios.

E eu me sinto tão cuidado com esse pequeno gesto, que aquece meu coração por dentro. Sorrio e fecho meus olhos, deitando minha cabeça em seu ombro quando me afasto. Léo me abraça e eu retribuo, o apertando o quanto consigo. Ficamos assim por alguns segundos a mais, até que eu me levanto e me sento corretamente na cadeira em sua frente.

Nossos olhares então se cruzam e nenhum de nós dois consegue esconder o sorriso bobo nos lábios.

- Ah, me lembrei agora... Dê os parabéns a quem fez esse cupcake, ele está divino. - Ele diz e abre um sorriso brincalhão.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora