Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"

Capítulo Trinta e Oito

Leonardo Monteiro

Me sinto totalmente perdido após ouvir as palavras do médico em minha frente e não falo mais nada enquanto ouço ele dizer coisas que eu realmente não me importam. Minha cabeça parece girar no momento e sinto como se ela fosse explodir a qualquer momento. Minutos depois eu percebo que os dois homens se levantam, indicando que vão embora e eu me forço a dizer algo que é necessário.

- Eu posso ter me aproximado de Jorge aqui no hospital e enquanto ele ainda era meu paciente, mas jamais houve algo entre nós dois enquanto ele esteve aqui e qualquer pessoa pode ser prova disso. - Falo, pois preciso pelo menos tentar me defender nessa situação.

- Tudo será verificado, doutor Monteiro e tomaremos o depoimento dos outros funcionários também. - Ele diz e eu confirmo com a cabeça. - Entraremos em contato em alguns dias, tenham um bom dia!

Minha vontade é rir ao ouvir sua fala, mas me contenho e coloco minhas mãos em meu rosto, ainda não acreditando em toda essa situação. Eu não consigo nem raciocinar direito e também não sei o que fazer.

- Eu sinto muito, Léo! - Ouço a voz de Ricardo e sei que suas palavras são sinceras.

- Acha que eles podem me afastar permanentemente? - Pergunto incerto e com medo.

- Não, isso não vai acontecer. Todos aqui podem provar que você e Jorge não tiveram um envolvimento aqui dentro, apenas fora do hospital, quando vocês são apenas dois seres humanos normais. Não existia isso de você ser médico dele e nem ele seu paciente, mas ainda existe sim um agravante, pois você continuou médico dele depois de assumir o namoro, só há algumas semanas você repassou o caso. - Ele diz sério e parece cansado também, assim como eu.

- Não ia deixar qualquer um cuidando dele. Sinceramente? Eu faria tudo novamente, Jorge e Gustavo são minha família e se eu posso ser punido por amar os dois, que seja! - Falo, me sentindo totalmente cansado.

- Eu sei! - Ele diz, soltando um suspiro. - Vai pra casa, Léo... Descansa e não se preocupe, eu não vou deixar prejudicarem você. - Ele diz e isso me deixa leve por um instante, é muito bom saber que tenho meu melhor amigo ao meu lado.

Mas ouvir a palavra prejudicar me faz pensar, pois alguém fez essa denúncia e deve ser alguém que me odeia muito no momento.

- A denúncia foi feita por quem? - Pergunto após alguns segundos e vejo Ricardo ficar tenso em sua cadeira.

- Foi anônima. - Ele responde, mas eu sei que é mentira.

- Ricardo... - Peço, mas ele nem precisa abrir sua boca, pois logo algo me ocorre. - Foi ela, não foi? Vanessa quem me denunciou. - Falo e sinto uma raiva totalmente desconhecida crescer dentro de mim.

Percebo que ele não quer dizer nada para me ferir, mas após alguns segundos com meu olhar intenso sobre ele, Ricardo assente com a cabeça, confirmando minhas suspeitas.

Me levanto de forma brusca da cadeira e minha vontade é socar alguma coisa, tamanha a raiva e revolta que sinto dentro de mim. Que tipo de mãe ela é para fazer isso comigo? Vanessa sempre soube que a medicina é tudo para mim e ela está arriscando minha carreira por puro capricho?

- Ela vai me ouvir! - Falo com ódio escorrendo da minha voz e sigo até à porta da sala.

- Não vá piorar as coisas, Léo. - Ouço Ricardo dizer e antes que eu pegue na maçaneta da porta, sua mão segura meu braço, me fazendo parar.

- Piorar o que? Vanessa já está acabando com tudo, ela merece ouvir umas verdades. - Falo com fúria e puxo meu braço com força, saindo de seu aperto.