Capítulo Quarenta e Sete

4.6K 670 230
                                    

Leonardo Monteiro

O pedaço de pizza em minha mão cai de qualquer jeito no chão ao que vejo Vanessa tão próxima a nós, nos olhando com um olhar que é normal de uma pessoa. Há fúria, raiva, ódio... Loucura, o que me faz ficar de pé em segundo, numa postura defensiva. E pela minha visão periférica, vejo meu pai e Ricardo fazerem o mesmo. E por algum motivo, que eu bem sei qual, eu me lembro do que Giovana me disse.

- O que faz aqui, Vanessa? Como conseguiu passar pela segurança? - Jogo as perguntas, querendo uma resposta imediata para isso.

- Ora, querido... Eu vim comemorar com vocês, sou sua mãe. E sobre a segurança, bem, eu sou sua mãe. - Ela sorri e pisca para mim.

- Não, você não é minha mãe... Deixou de ser há muito tempo. Agora eu quero que vá embora e nos deixe em paz. - Falo, tentando manter meu tom de voz o mais calmo possível.

Ela não responde nada por um tempo, mas logo vejo seus olhos se voltando furiosos para Jorge, sentado ainda no sofá. E notando isso, pego ele pela mão, o levantando e colocando atrás de mim em um gesto de proteção.

- Isso tudo é culpa sua! Tudo deu errado na minha vida depois que você chegou, seu puto interesseiro! - Ela grita com ódio escorrendo por sua voz e sinto Jorge se encolher atrás de mim, o que me deixa com ainda mais raiva da situação.

- Já chega, Vanessa! Você não é bem-vinda aqui. Se sua família não está mais com você é sua culpa e de ninguém mais. - Ricardo toma a frente da conversa e isso me faz suspirar, pois agora eu sei que ela não vai dar paz.

- Falou o viado nojento, que desviou meu marido. Sempre soube que você era uma má influência para meu filho. - Ela diz e ouço meu amigo rir em deboche.

- Claro, porque já não basta a mãe louca dele. Se toca, mulher... Aproveita que está sozinha e reconstrua sua vida ao invés de vir atormentar os outros. Jorge e eu não temos culpa se você estragou tudo, nós só estamos amando as pessoas que você deveria ter amado, mas preferiu o ódio ao invés disso. - Meu amigo diz de forma séria e percebo que essas palavras atingem Vanessa.

E é exatamente como Ricardo falou, tudo já estava fadado ao fracasso pelo jeito dela. E isso não tem nada a ver com meu relacionamento com Jorge, isso foi apenas o estopim para ela se mostrar de verdade.

- Eu amo vocês! - Ela grita, olhando para meu pai e eu e isso me assusta um pouco, pois nunca a vi dessa maneira.

- Então prova, Vanessa... Nos mostre que nos ama e nos deixe em paz. - Meu pai diz e noto a canseira em sua voz.

- Eu vou. - Ela sorri e por alguma razão esse gesto me arrepia dos pés a cabeça.

Nunca achei que sentiria medo da minha própria mãe, mas é exatamente isso que sinto no momento quando vejo ela tirar uma arma da própria bolsa.

- Que porra é essa? - Grito assustado e chego a me afastar alguns passos para trás, levando Jorge comigo.

- Eu vou tirar tudo o que impede a nossa família de estar junta. - Ela responde com calma, como se não estivesse ameaçando a vida do meu noivo e melhor amigo.

- Cara, você está muito louca. - Ouço Ricardo dizer em tom de deboche e minha vontade é bater nele, já que há uma arma mirada para ele.

- Ah, você não viu nada. - Vanessa responde com cinismo e atira contra o chão, a poucos centímetros de Ricardo. - O próximo vai ser na sua testa, e saiba que eu sou ótima de mira. - Ela sorri e pela primeira vez eu acho que minha mãe é uma psicopata.

Viro parcialmente meu rosto para encontrar Jorge e o vejo com a expressão totalmente assustada e isso me preocupa ao extremo. Toco em sua mão, chamando sua atenção para mim e levo a mesma até o bolso de trás da minha calça, onde está meu telefone. E assim que seus olhos assustados cruzam com os meus, peço sem voz para que ele ligue para a polícia.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora