Capítulo Oito

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Leonardo Monteiro

Entro em meu apartamento, me sentindo extremamente cansado física e mentalmente. Solto um suspiro, fechando a porta atrás de mim e jogo minha mochila no sofá. Sigo para meu quarto, só querendo deitar em minha cama e apagar, mas isso com certeza será uma missão impossível, já que minha mente não para de funcionar.

Vejo minha cama tão chamativa e me jogo nela, respirando fundo. As palavras de Ricardo não abandonam minha cabeça e me deixa muito confuso.

Ok! Jorge está mesmo mexendo comigo, mas gostar? Eu gosto dele dessa forma que Ricardo quis insinuar?

- Mas você não pode, Leonardo... Sofrer uma vez já foi o suficiente. - Falo comigo mesmo e pego um travesseiro, colocando em meu rosto para abafar meu grito.

Fecho meus olhos, querendo afastar esses pensamentos confusos e o barulho do meu celular tocando ajuda um pouco.

Pego o aparelho no bolso da calça jeans e tiro o travesseiro do rosto, atendendo a ligação em seguida, sem nem olhar de quem se trata.

- Alô? - Falo, assim que atendo a ligação.

- Filho, até que enfim estou falando com você. - Ouço a voz da minha mãe do outro lado e isso me faz sorrir.

- Desculpa, mãe... Estava ocupado esses dias. - Explico e me coloco sentado na cama.

- Tudo bem querido, só liguei para te chamar pro jantar que terá aqui em casa amanhã. - Ela diz e isso me faz fazer uma careta.

- Sabe que não gosto desses jantares que inventa, mãe... Ainda mais se tiver pessoas indesejadas. - Falo e ouço ela suspirar.

- Seu tio não é uma pessoa indesejada, Leonardo. - Ela diz séria e isso me faz rir amargamente.

- Diga isso por você, que não viu sua noiva te traindo com seu próprio tio no dia do seu casamento. - Falo com raiva, elevando um pouco meu tom de voz.

- A culpa não foi só dele, não é mesmo? - Ela retruca e isso me deixa incrédulo.

- Se você fosse uma boa mãe, nem olharia na cara desse homem. E muito obrigado pelo convite, mas eu me recuso a ir nesse teatro de família feliz. - Respondo e então encerro a ligação.

Jogo meu celular longe e solto um grito de raiva. E eu pensando que iria me livrar dos meus problemas, mas parece que eles só aumentam.

Desisto de ficar me martirizando, e resolvo tomar um banho gelado para tentar congelar os pensamentos de uma vez.

* * *

Ouço a campanhia tocando igual uma louca e isso quase me faz xingar, já que são oito da manhã de um domingo e eu nem dormi essa noite. Abro meus olhos, que eu mal acabei de fechar e me levanto da cama. Estou apenas de cueca e nem ligo para esse fato, já que vieram me perturbar.

E com muito mau-humor, abro a porta de casa, vendo meu pai parado do outro lado. Solto um suspiro e deixo espaço para que ele possa passar por mim. Fecho a porta e somente sigo até o sofá, me jogando contra o estofado macio.

- Sua mãe me disse que não vai no jantar hoje e eu concordo com você. Também tenho raiva do seu tio, mas isso não é motivo para você estar desse jeito, é? - Meu pai fala e se senta na poltrona em minha frente.

Olho para a expressão acolhedora, mas ao mesmo tempo séria do meu pai e suspiro mais uma vez.

- Eu conheci um cara. - Falo para meu pai.

Eu sou bissexual, então não é surpresa para os meus pais eu me envolver tanto com homens e mulheres.

- E você está apaixonado? - Ele pergunta com um sorriso e isso me faz bufar.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora