Capítulo Quarenta e Um

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Leonardo Monteiro

Semanas depois...

Ouço o barulho do leite caindo no fogão, fazendo um cheiro de queimado presente e isso me faz soltar um xingamento baixo por estar distraído demais. Ando apressado até o fogão e desligo o fogo, também tirando a pequena panela que eu estava esquentando o leite para a mamadeira de Gustavo. E nas últimas semanas, sem estar trabalhando, minha rotina tem sido essa... Dono de casa e pai. Eu definitivamente estou morando com Jorge e Gustavo, mas acho que meu namorado nem percebeu isso ainda, eu só não voltei para o meu apartamento mesmo, pois pra mim não há um sentido em estar lá sem eles.

E é esse pensamento que me fez ficar no mundo da lua... Talvez esteja mesmo na hora de oficializar nossa relação de uma vez. Não há dúvidas de que eu amo Jorge e nosso filho e quero passar o resto da minha vida com os dois.

- Está tudo bem, amor? - Ouço a voz de Jorge atrás de mim e me viro, encontrando ele na entrada da pequena cozinha.

- Só derramei leite no fogão, nada de novo. - Brinco e solto um resmungo ao que meu dedo esbarra na panela quente em cima da pia. - Aliás, você está lindo, Sol. - Sorrio para ele com meu dedo na boca e ele solta uma risada.

- Obrigado, hoje você está galanteador. - Ele diz e vejo que suas bochechas coram um pouco. E isso é até engraçado, pois já faz tantos meses que estamos juntos e não é novidade que meu namorado é lindo.

Outro fato muito importante também é que eu amo dizer sobre o quão lindo ele é, pois eu sei que sua auto estima já foi afetada um dia. Claro que hoje ele já está melhor. Os cabelos estão maiores e um pouco enrolados, diferentes dos fios loiros e lisos de Gustavo. Seus olhos azuis tem mais brilho e sua face tem mais cor, assim como seu corpo as curvas mais acentuadas e cheias... Resumindo, lindo!

- Eu sempre sou galanteador. - Respondo e me aproximo dele, puxando seu corpo para junto do meu.

Jorge passa seus braços ao redor do meu pescoço e eu me inclino poucos centímetros para estar com minha boca a poucos centímetros da sua, sentindo seu hálito quente contra meu rosto. Nossos olhos ficam fixos por alguns segundos e sinto tantas coisas boas nesse ato tão pequeno. É incrível como esse homem mudou a minha vida e eu não mudaria absolutamente nada do que aconteceu, a não ser tudo o que ele sofreu no passado, mas a não ser isso, minhas escolhas sempre seriam as mesmas se isso significasse ter ele junto de mim, assim como Gustavo.

- Eu te amo tanto, Sol. - Sussurro contra seus lábios e vejo um sorriso se abrir em seu rosto.

- E eu te amo na mesma intensidade. - Ele sussurra como resposta e em seguida gruda seus lábios nos meus.

Minhas mãos apertam seu quadril com um pouco a mais de força e minha boca se move na mesma sintonia que a sua, degustando do sabor maravilhoso que seu beijo tem. Ficamos alguns minutos entrosados desse jeito, apenas com nossas bocas unidas e pequenas carícias, até sentir "algo" puxando minha calça moletom.

Automaticamente nos afastamos e damos de cara com um ser que não possui nem um metro de altura, nos olhando de cara amarrada. Uma das outras novidades é que Gustavo agora consegue muito bem fugir de seu berço e isso deixa Jorge de cabelos brancos.

- Eu ainda morro e não sabem o porquê. - Jorge diz sério, olhando para Gustavo que não se abala com a expressão do pai.

- Gu mama! - Nosso solzinho resmunga e estende seus braços para mim, uma ordem clara para eu pegá-lo.

- Folgado e só está fazendo dois anos. - Falo com ele, que deita a cabeça em meu ombro, bocejando em seguida.

- Se prepare! - Jorge avisa, balançando a cabeça em negação e segue até à pia, terminando de fazer o leite para Gustavo.

Permita-se Amar - (Mpreg) | Spin-off Do Livro "Coração de Aço"Onde histórias criam vida. Descubra agora