Eu tinha 16 anos quando conheci o Rodrigo. Foi na porta da escola, início de ano, tinha acabado de me matricular.
Dessa vez escolhi uma escola nova, eu havia terminado um relacionamento recente e estava afim de fugir do meu ex namorado que tinha sido importante, mas havia me enganado e magoado muito, então decidi por um fim em tudo e respirar novos ares.
No auge da minha adolescência, eu era muito bonita e chamava bastante atenção. Não era santa, me aproveitava bem das oportunidades que a vida me dava, pela beleza e pelo magnetismo que sempre atraía os homens e me fazia ter muitas inimigas que morriam de inveja das amizades que eu tinha.
Eu era desenrolada, onde chegava conhecia gente, conversava, ria, brincava. Tinha uma vida tranquila, sem muitos problemas.
Rodrigo por sua vez era mais calmo, tbm tinha 16, mas nunca tinha namorado, apenas ficado com uma aqui, outra lá, nada além, nunca havia se apaixonado de verdade.
Ele era o irmão mais velho de outros dois e a diferença de idade era grande, mais de 10 anos, por isso ele teve uma infância cercada de atenção e de mimos, era o queridinho da família inteira.
Ele estudava em colégio particular e só foi na porta da escola que eu estudava porque morava quase em frente.
Essa época, ele tinha acabado de ser demitido do trabalho e como a maioria das pessoas nessa idade faz, ele começou a ir na porta da escola na entrada e na saída pra ver o movimento e paqueras meninas.
Foi numa dessas idas e vindas que ele me viu, dizem que foi amor a primeira vista, mas eu não o conhecia e nem tinha notado a sua presença até então.
Não demorou muito pra ele dar um jeito de se aproximar, nós tínhamos amigos em comum e logo ele deu um jeito de puxar conversa e se apresentar:- Oii, vc estuda aí?
- Eu estudo. E você? Não vai pra escola não?
- Eu vou, mas não essa. Qual é o seu nome morena?
- É Renata - respondi abrindo um sorriso.
De cara achei ele um gato, mas achava ele novinho de mais pra mim, meu ex tinha 21 anos e eu achava que essa era média de idade para me interessar por alguém.
Apesar do inconveniente da idade, continuei ali dando mole, a conversa era boa e amizade pra mim, nunca era demais.
Ouvi o sinal da entrada, resolvi me despedir:- Eu vou nessa, tenho que entrar.
- Eu já vou também morena, não quero te atrapalhar.
- Então tchau, né?
- Tchau, né? - ele fez uma cara de quem não queria ir.
Dei um sorriso, peguei meu material do chão e entrei pra escola.
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Rejeição e Vingança
RomanceHá pessoas que, longe de virar a página depois de uma decepção, uma rejeição ou o que elas interpretaram como uma injustiça, alimentam esse ódio chegando até mesmo a planejar uma forma de devolver o desgosto.