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As horas foram passando e minha agonia só aumentava, não conseguia imaginar o motivo da polícia ter ido buscar Rodrigo em casa pois eu conhecia a personalidade e o caráter dele e sabia que Rodrigo não arrumava confusão com ninguém.
A única possibilidade que eu pensava era em ele ter brigado com limão enquanto a gente não tava, fora isso não existia ninguém que Rodrigo pudesse ter como inimigo.
Anoiteceu e nada de alguém  me dar notícias, fiz a janta e continuei aguardando um contato. Todas as vizinhas já tinham ido atrás da minha sogra, mas ninguém quis ficar com as crianças para eu poder ir até a delegacia, parecia que minha sogra já tinha avisado pra mulherada não me deixar sair
Quando deu dez e meia da noite eles chegaram finalmente, minha sogra, meu sogro, o irmão da minha sogra que sempre segurava as pontas dela, um advogado e o Rodrigo.
Mal posso descrever o alívio que senti ao ver Rodrigo ali, sem graça e meio acuado.
- Graças a Deus vocês voltaram! Me digam o que aconteceu?
- Acho que estão confundindo Rodrigo com alguém
- Como assim??
- Estão dizendo que ele está envolvido numa briga
- Que briga Rodrigo? Fala pelo amor de Deus!
- Eu não sei, só vieram em casa e me chamaram. Os policiais estavam num carro a paisana e perguntaram quem estava em casa.
- Como assim? Que história estranha!
- Eu disse que você e minha mãe estavam trabalhando e eles deixaram um papelzinho, mandaram eu ligar pra alguém vim pra casa que eles iam me buscar pra levar pra delegacia
- Nunca vi isso, sou filha de policial e desconheço esse procedimento.
A conversa era sem sentido, o advogado que eles contrataram estava totalmente bêbado e ainda por cima eles assinaram contrato e deram dinheiro na delegacia pra ninguém segurar o Rodrigo lá.
Rodrigo ou se fazia de desentendido ou não sabia do que se tratava realmente, não trouxeram nenhum papel da delegacia, nada que comprovasse o  que eles falavam. Até hoje não consegui entender o que aconteceu naquela delegacia, era tudo muito estranho ou eles me enganaram muito bem.
De madrugada, todo mundo foi embora e eu fui conversar com Rodrigo. Ele estava sentado na cadeira da cozinha e a mãe dele deitada no sofá da sala.
- Rodrigo, que briga é essa que estão te acusando?
- A do Macaíba.
- Que? Como assim do Macaíba?
Antes que ele pudesse falar a mãe dele levantou e veio se intrometer:
- Eles são loucos! Como ele pode estar envolvido com Macaíba se naquele dia, ele passou o dia todo na quadra da escola? Você não lembra? Foi um dia antes do Danilo nascer e eu mesmo fui chamar ele 3 vezes e ele não veio, até o pai dele brigou com ele porque vc tava passando mal nesse dia.
- É verdade.
Raciocinando pelo lado do que a minha sogra falava, ela realmente tinha razão. E outra, nunca ouvi falar de briga ou discussão do Rodrigo com o Macaíba. Nem Rodrigo e nem nenhum daqueles meninos, eles eram todos amigos e andavam juntos.
Não existia motivos pra ninguém ali ter matado o Macaíba, não que eu soubesse.
Acatei aquilo que minha sogra falou como verdade e como Rodrigo não abriu a boca para falar nada, fiquei a favor dele, defendendo com unhas e dentes, não só eu mas a família toda!
Pra todos os efeitos, Rodrigo era a maior vítima, alguém havia feito uma denuncia anônima sobre ele e ele coitado não tinha nada haver com essa história.

Rejeição e VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora