Rejeição e Vingança

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Rejeição e vingança
parte 69

Me lembro como se fosse hoje oque aconteceu até ela me por na rua.
O Rodrigo escrevia 3 cartas por semana pra mim, ele escrevia em cada um dos envelopes as palavras Eu Te Amo.
Em algumas cartas ele escrevia coisas íntimas e eu não queria dividir aquilo com ninguém, eu não queria que ninguém soubesse da nossa intimidade.
Nos dias de visita, enquanto ele estava na delegacia, as vezes a gente dava  jeito de se agarrar no banheiro, ou melhor, no espaço que os presos separavam para fazer de banheiro, com uns lençóis pendurados por barbantes e depois que isso acontecia, Rodrigo ficava lembrando e escrevia tudo nas cartas que me mandava.
A mãe dele queria de toda forma ler aquelas cartas e eu não deixei e isso começou a incomodar ela.
Pra piorar, ela começou a sair pra ir no bingo e me deixava cuidando dos filhos dela e dos filhos das vizinha que iam junto com ela.
Ela passava o dia inteiro enfiada nesse bingo e eu era obrigada a ficar de babá, limpar a casa, fazer a comida, dar banho no filho dela deficiente, olhar as filhas das vizinhas e se meu sogro chegasse e pegasse ela na rua, ela ainda queria que eu mentisse.
Eu tinha dizer que ela tinha acabado de sair, cada dia uma mentira.
Claro que teve dia que deu merda, ele desconfiado chegou mais cedo e percebeu que ela tinha saído a muito tempo.
Ela ia pro bingo ao meio dia e tinha dia que meia noite ela ainda estava lá.
Numa dessas, eu estava com meus cunhados em casa e o telefone tocou.
Corri para atender, mas minha cunhada chegou antes, parei na porta da sala e só vi a hora que ela perguntou quem era do outro lado da linha, nisso ela deu um grito e caiu pra trás, desmaiando.
Ela era pequena, tinha uns 11 anos, eu não entendi o que aconteceu, passei o maior sufoco para socorrer ela, mas deu tudo certo, não foi nada demais.
Quando a menina voltou aos prantos eu perguntei:

- Oque foi? Fala oque aconteceu?

- Eu atendi o telefone e um homem estranho disse que queria falar com meu pai, eu perguntei quem era e ele respondeu que era filho dele!

A pobre menina me disse isso e começou a chorar de soluçar! Foi triste! Eu quase morri de dó!
Até aí eu já sabia que meu sogro tinha filhos fora do casamento, mas não sabia que eram assim, tão próximos.
Quando minha sogra chegou e ficou sabendo, ela pediu pra que eu não falasse nada pro Rodrigo, não sei o motivo, mas ela sempre quis passar uma imagem para as pessoas de alguém que ela não era e de uma família que ela não tinha.
Lembro que naquela noite meu sogro não foi pra casa e que no dia seguinte a coisa piorou:
Um homem branco, magro e bem alto, gritou pelo Rodrigo no portão.
Eu saí e perguntei com qual dos dois Rodrigos ele queria falar, pois meu sogro e o meu marido tinham o mesmo nome.
Minha cunhada saiu no portão e o cara começou enrolar, a dizer que foi la pra negociar um cheque do meu sogro que tinha voltado, mas a gente sabia que não era verdade. Ficou claro que aquele homem era filho do meu sogro, porque  quando viu o Danilo ele começou a chorar, perguntando se o Dan era filho do Rodrigo.
Lembro que fiquei meio assustada e sem ter certeza de quem era, acabei contando tudo para o Rodrigo por carta.
No outro dia eu não fui na visita, a minha sogra fez questão de ir para evitar que eu conversasse com o Rodrigo.
Quando a resposta da minha carta chegou, eu li e guardei no meio de um caderno no quarto. Como eu estava trabalhando por produção,fui pegar o serviço e acho que nesse meio tempo ela mexeu nas minhas coisas, leu a carta e descobriu que eu havia contado pro Rodrigo os podres da casa dela.
Quando cheguei carregando um baita peso em cima daquela barrigona, ela começou a me agredir com palavras, me ofender e me jogou no olho da rua.
Lembro que saí de lá chorando e que não entendi direito o que eu tinha feito de errado, mas ela falou que leu a carta e aí eu descobri que esse era o motivo, mas na verdade, se isso não tivesse acontecido, o motivo seria outro, hoje sei que aquela cobra já fez tudo de caso pensado.